A TV que se faz no mundo mostra a televisão do Chipre. Embora todo o território desta ilha, situada do Mar Egeu, seja considerado um único país independente, desde 1974, o Chipre encontra-se dividido em dois: ao sul está o Chipre grego, que ocupa dois terços da ilha; e ao norte a república turca, reconhecida apenas pela Turquia. Ambos os Estados têm como capital a cidade de Nicósia, que é separada por um muro.
Como não poderia deixar de ser, a complicada realidade do Chipre reflete diretamente na TV de lá: cada lado da ilha possui a sua própria televisão. Mas, as tentativas de criar uma identidade comum estão aparecendo aos poucos, graças a programas ousados. Do lado grego, o exemplo é a série Vasilik, transmitida por um grande canal comercial do Sul. Pela primeira vez, a ficção aborda a história contemporânea do Chipre, considerada tabu. Vasilik conta a história de um herói de origem turca que é adotado por um casal grego na época da separação de 1974.
O criador do drama, Yiorgos Tsiakkas, é uma verdadeira estrela no país. Tsiakkas também é o responsável pelo sucesso da Sitcom Vourate Geitonoi (Os Vizinhos). Por dez anos, a série emocionou os telespectadores do Sul com os dramas de famílias de novos ricos. Uma das razões deste fenômeno é o uso do dialeto chipriota-grego. O uso do idioma é considerado uma forma de afirmar uma identidade nem grega nem turca, mas chipriota, uma vontade comum aos dois povos da ilha.
Do lado Norte, apesar da obediência do governo à Turquia, a televisão tenta se libertar de Istambul e é nos programas satíricos que se reivindica sua autonomia. Um exemplo é o humorístico Torba, que ridiculariza a política do governo turco-chipriota , fiel à Turquia, através de sketches e piadas. Mesmo assim, a verdadeira unificação da ilha ainda está distante. Uma das raras pontes de ligação entre os dois lados é o programa Biz, uma revista de informações em turco que é difundida pelo canal nacional greco-chipriota.
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