Único pentacampeão da Seleção Brasileira que está em atividade, o zagueiro Lúcio ainda sonha em ver uma final de Copa do Mundo com a disputa Brasil x Argentina. “Para mim, que já joguei na seleção, acho que seria a final dos sonhos. Seria um jogo muito especial, pela rivalidade que tem”, explica.
No mundial deste ano, porém, o time dos "hermanos" não anda muito bem. Nesta Conversa com Roseann Kennedy, Lúcio avalia que a Argentina tem grandes jogadores, mas que eles não estão conseguindo formar uma grande seleção. O zagueiro relembra, no entanto, que na Copa no Brasil, em 2014, os argentinos chegaram à final, mas brinca: “ainda bem que a Alemanha ganhou”.
Disputar a final com a Alemanha também seria muito emocionante, na visão do zagueiro, desde que fosse com a vitória brasileira. Situação bem diferente do que ele chama de “tragédia dos 7x1”. Lúcio agradece por não ter de carregar o peso daquela derrota no currículo. “Não diria que é um alívio (não ter participado daquela Copa), mas é claro que ninguém vai ficar contente sendo lembrado numa tragédia daquela, porque no futebol dificilmente vai acontecer isso de novo”, pontua e complementa: “Agradeço a Deus por já ter participado de outras três edições e ter saído ileso”.
Durante 11 anos, Lúcio vestiu a camisa 3 da seleção, participou de 106 jogos e fez cinco gols. Além da Copa do Mundo de 2002, o zagueiro conquistou a taça das copas das Confederações em 2005 e 2009. Na última, ergueu o título com a faixa de capitão no braço e ainda marcou o gol da vitória, de 3x2, contra os Estados Unidos.
Sobre a função de capitão, ele diz que não é somente dentro do campo e no treinamento. É preciso ter entrosamento, compreensão e o respeito dos colegas. “Acho que a parte de orientação dentro do campo é a parte mais fácil. Acho que o dia a dia é o mais difícil, de você unir o grupo e passar a motivação para a equipe chegar bem nos jogos”, analisa.
O jogador ressalta o tanto que o equilíbrio emocional é importante para os jogadores. “Jogar num estádio com 80 mil pessoas, numa Copa com o mundo inteiro assistindo, tem de ter a cabeça no lugar, tem de ter uma mente forte para que possa ter tranquilidade para deixar fluir sua técnica, seu talento e o seu dom dentro do campo”, ensina.
Para ele, o mais difícil de vestir a camisa da seleção é chegar lá. O zagueiro observa que, hoje em dia, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, o primeiro sonho de qualquer garoto é ser jogador de futebol e depois jogar na seleção. Por esse motivo, avalia que ser escalado é o maior desafio. “É um processo muito árduo, muito concorrido também. Depois, é dar continuidade, mostrar talento, é ter a responsabilidade e a consciência de que você representa uma nação, um país. Jogar na seleção brasileira, além da responsabilidade, também tem a alegria e o prazer de você estar realizando um sonho”.
Além de ter realizado esse feito, Lúcio passou por grandes times e ganhou campeonatos em praticamente todos eles. Vestiu camisas de clubes como Internacional, Palmeiras e São Paulo. Na Europa, esteve em clubes como o Internazionale de Milão e o Bayern de Munique. Foi eleito melhor jogador do Campeonato Alemão de 2001-2002. Também conquistou a Liga dos Campeões da Europa de 2010 e o Mundial Interclubes. Agora decidiu voltar pra terra natal e joga no Brasiliense. Por ora, ele já pensa na hora de aposentar, mas avisa que profissionalmente pode pendurar a chuteira, mas, parar de jogar nunca!
*Excepcionalmente durante a Copa do Mundo na Rússia, o Conversa com Roseann Kennedy será exibido às segundas-feiras, às 21h45.
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