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Espaço Público recebe o infectologista Marcos Boulos

Especialista apoia operação de guerra contra Aedes aegypti

Espaço Público

No AR em 13/01/2016 - 01:00

Um dos mais respeitados infectologistas do país, o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo e professor e ex-diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Boulos, disse, em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil, que o país vive hoje a primeira grande epidemia de zika vírus do mundo. “Não temos mais tempo”, alertou, concordando com a decisão do governo federal de partir para uma operação de guerra contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika, da dengue e da febre chikungunya.

Segundo o especialista, é acertada a aglutinação de forças que envolve a Defesa Civil, o Exército e a Polícia Militar na eliminação do inseto. Segundo ele, a saúde pública, sozinha, não tem competência nem recursos humanos e financeiros para dar cabo da missão. “Precisamos de um número muito grande de pessoas para trabalhar nisso”, disse, acrescentando à lista voluntários, inclusive religiosos que tenham a confiança da população para entrar nas casas, onde afirma estaremos 80% dos focos de infestação. Mesmo assim, a expectativa de Marcos Boulos não é a de acabar com o Aedes aegypti, mas a de reduzir a população do mosquito a uma quantidade controlável.

Boulos lembrou que nem Cingapura, rica cidade-Estado implantada em uma pequena ilha asiática, conseguiu eliminar o Aedes. Para ele, não há culpados. Além da ação emergencial, o cientista conclama os estudiosos a darem respostas rápidas para o problema, inclusive de modo a facilitar o diagnóstico das doenças, algumas consideradas por ele inesperadas, como as epidemias de zika vírus e microcefalia, ainda sem comprovação científica quanto ao vínculo entre as duas, mas com nítidas evidências de que, de fato, estejam relacionadas. O professor observou que apenas a Polinésia Francesa e pequenas cidades africanas tiveram epidemias de zika, ainda que não na dimensão da vista hoje no Brasil. Contudo, o cenário não se repetiu nesses locais. “Se isso acontecer, vamos passar por um momento epidêmico importante e, depois, é provável que exista uma calmaria.”

Marcos Boulos destacou que, com a globalização, “podemos pegar e passar doenças em algumas horas de um lado para outro do mundo”. Mas ressaltou que, por sua vez, a reação da comunidade internacional também se tornou mais rápida, justamente pelo fato de hoje sermos uma “família global”. A entrevista com o infectologista foi conduzida pelo âncora do programa Espaço Público, o jornalista Paulo Moreira Leite. Também participaram a professora de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Valéria Mendonça, e a repórter Lígia Formenti, do jornal O Estado de S. Paulo.




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Criado em 08/01/2016 - 19:57 e atualizado em 15/01/2016 - 16:03

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