A derrota da Seleção Masculina de vôlei, que nem subiu ao pódio da Liga Mundial, encerrada domingo passado no Maracanãzinho, teve uma série de razões. Mas uma delas me chamou a atenção: o torneio serviu como preparação da equipe para os Jogos Olímpicos, e como o time treinava todo dia, inclusive logo após as partidas, ficou um pouco mais travado em quadra e não rendeu o que dele se esperava. Ou seja, priorizou uma competição em detrimento de outra.
Me fez lembrar o Fluminense, que abriu mão do Campeonato Brasileiro para disputar a Libertadores. Há uma diferença no caso: a Seleção olhou para frente e ainda verá se valeu a pena o sacrifício; o Fluminense paga pelo tropeço e não consegue se reerguer na competição que lhe restou.
Mas o que chama a atenção é que, apesar de não ser tão desgastante quanto um jogo de futebol, no vôlei ninguém foi poupado. Bernardinho usou todos os titulares exatamente para que tenham ritmo de jogo e entrosamento. Renato, ao contrário, colocou reservas no Brasileirão e os titulares limitavam-se a treinar, o que não é a mesma coisa.
A história presente do Fluminense a gente já conhece, a dúvida é saber como será o futuro. E também o da Seleção. Que, ao contrário do tricolor, certamente não pensou, em momento algum, em brincar na Olimpíada. E nem se acha favorita, apesar dos muitos títulos conquistados consecutivamente. Será difícil a conquista do ouro olímpico, mas temos de pensar que uma medalha já é um prêmio de alto valor. O problema é que vivemos no país do futebol, onde segundo lugar já não é visto como bom resultado.
E em cima dessa questão: qual será a meta do Fluminense agora? Será que há quem ainda pense em título? Aliás: é possível ainda pensar nele? Já passou da hora de o Fluminense despertar, e não fosse a má qualidade do Ipatinga e o orgulho do torcedor estaria ainda mais por baixo.
Eu não crucificaria Renato Gaúcho, apesar de discordar de muitas das últimas declarações dele e da postura diante das críticas e dos maus resultados. Não é fácil perder Gabriel, Cícero, Thiago Silva, Thiago Neves e Conca num jogo só. Há falhas no Fluminense, é claro, mas não dá para jogar toda a culpa no técnico. Sinceramente gostaria que a fase atual servisse de experiência e amadurecimento para o Renato. Da mesma forma que a derrota no Rio, para o nosso vôlei em Pequim.
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