A questão do sexo na minha cabeça sempre foi muito bem resolvida. Eu só ia transar depois do casamento e pronto! Era muito natural que fosse assim. Não era um drama pra mim, ao contrário do que as pessoas pensam. Fiquei virgem até os 19 anos. Eu sei que isso não é muito comum nos tempos de hoje, principalmente numa cidade grande como o Rio e com namorado fixo, como eu tinha.
Desde que vim pra Zona Sul, fiquei amiga das modelos e conheci o Otávio, as coisas mudaram. Comecei a prestar atenção nesses assuntos, nos sinais do meu corpo e no meu desejo. Minha vontade era estar com o Otávio o tempo todo, comecei a sentir tesão mesmo. Então, decidi que tava na hora, mesmo sem saber direito o que é que existe entre a gente: não é namoro, mas também não é só amizade. Em Marechal era tudo muito certinho, preto no branco. Aqui na Zona Sul é tudo mais solto, mais indefinido.
Eu tava sem coragem pra essa primeira vez, mas um dia resolvi tentar e aceitei convite do Otávio. Eu nunca tinha entrado num motel e achei aquele ambiente muito estranho. Aqueles filmes rolando, aquela obrigação de transar me apavorou.
O Otávio foi super gentil, como sempre, mas eu travei. Enquanto ele foi preparar banheira e sauna, fui embora. Deixei o coitado sozinho e acordei no dia seguinte com a sensação de que não tinha competência nem pra perder a virgindade.
Pra piorar a situação, o Otávio resolveu me dar um gelo. Mal falava comigo. Eu, com vontade, saudade e uma certa tristeza por ele estar estranho comigo, tive uma coragem repentina e fui até a casa dele. Aí, rolou. Tudo natural, delicado e gostoso. Foi a melhor noite da minha vida. Nunca podia imaginar que sexo fosse tão bom assim.
Depois foi meio estranho. O Otávio me pediu pra eu não falar pra ninguém que a gente tá ficando. Será que ele quer me esconder? Ou será ele que está escondendo alguma coisa?
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