Pauta:
O Observatório da Imprensa da próxima terça-feira vai tratar das manifestações ocorridas nos últimos dias, para entender um movimento ainda em ascensão, mas que já atrai a atenção do mundo.
Os protestos cobriram as ruas de todo o país e surpreenderam a sociedade, os governos e a mídia. Ninguém calculou a dimensão que ele ganhava a cada dia, nem tampouco seu significado.
Em um primeiro momento, a imprensa exigiu rigor na repressão ao movimento e conclamou a polícia à ação. A partir do dia 13 de junho, com as agressões dos policiais aos repórteres e fotógrafos em São Paulo, a cobertura foi ganhando outra conotação e as autoridades também mudaram seu discurso, condenando o uso da força policial.
Ao mesmo tempo, o país sedia a Copa das Confederações e o barulho que estava previsto para ocorrer não veio das arquibancadas, e sim das ruas.
Para debater o assunto, Alberto Dines conta com a participação da cientista política Alessandra Aldé e dos jornalistas Pedro Doria (O Globo) e Lúcio de Castro (ESPN).
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Como se chama o ministro dos Transportes? Pois é, ninguém sabe. No meio deste turbilhão que entrará para a história do Brasil por causa de um aumento das tarifas dos transportes públicos, não apareceu uma única vez no noticiário o nome do ex-governador da Bahia, César Borges, velho parceiro do cacique ACM, empossado na pasta em 3 de abril.
Simbólico e dramático: aquele que seria o protagonista do episódio evaporou e pelo visto não fez nenhuma falta. Seria mais um aturdido, mais um surpreendido pela dinâmica das ruas.
Nesta quinzena de perplexidades, a mídia foi uma das instituições mais atordoadas: quando o governador paulista e o prefeito paulistano em uníssono designaram os manifestantes como vândalos, a mídia não teve dúvidas, foi atrás, a PM também e quando acabou a batalha entre canibais e antropófagos - no dizer de Elio Gaspari - descobriu-se que as maiores vítimas das balas de borracha foram os repórteres.
Foi uma das mais portentosas coberturas dos últimos tempos: a mídia eletrônica esmerou-se, esteve presente no país inteiro, em tempo real - mas do alto, de helicóptero. Nos estúdios e bancadas, âncoras e professores convidados tentavam teorias e interpretações.
Até agora não se sabe exatamente o que aconteceu - as puxadoras das multidões foram apenas as redes sociais? Ou foi o exemplo da Turquia? Estamos novamente, como em 1968, diante de um mundo de pavio curto?
Este capítulo da nossa história ainda não foi batizado. A imprensa logo o entenderá e lhe dará um nome.
Dos Telespectadores:
E-mails:
Diego Mendonça - Cineasta e Jornalista Independente
Vocês pelo jeito continuam sem entender nada mesmo, buscando especialistas e editores de jornalões. Não vão nem abordar a crítica severa que a grande mídia, a mídia corporativa, vem sofrendo nos atos e manifestações em todo o Brasil? Vamos ter um pouco mais de coragem gente, precisamos de posições mais firmes e dignas neste momento.
Theo Campos, Ubatuba / SP - Acompanhando o Observatório da Imprensa desde 1998
Boa noite. O que vocês acham da cobertura feita pelas rádios e TVs locais, longe das grandes mídias? Aqui continua aquele “mundo maravilhoso” da publicidade. A frase “Revolta do Vinagre” nunca foi dita e os protestos são rotulados como “sem foco”, “vândalos” e “baderneiros”. No discurso que fez na quinta-feira, por que o Alckmin não falou em combate à corrupção? Depois disso, o Alckmin está desmontando e transferindo todo mundo da CETESB de Ubatuba lá longe para São Sebastião. Aqui, a falência institucional chega ao ponto que a lei e a Justiça não são exercidas, e todo mundo se apossa das praias, morros, ruas e terras públicas.
Vander Ildefonso, Vitória / ES
Quando os jornais colocam na manchete que manifestação pacífica termina em violência, eles não estão sendo tendenciosos? Se é pacífica, não tem violência. Quem eles procuram agradar? Querem se mostrar solidários se desculpando pelo que viram e reportaram? Este interesse prejudica o bom jornalismo?
Telefonemas:
Luiz de Mello, Vale do Ribeira / SP – Recepcionista
As pessoas que assistem novela, futebol ou participam do carnaval são capazes de elaborar e defender as causas? Por trás disso não há manipulação de massa?
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
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