Pauta:
O Observatório da Imprensa da próxima terça-feira vai discutir a polêmica causada pelo vídeo "A inocência dos muçulmanos", divulgado pela internet.
O programa vai debater também a repercussão da foto do embaixador americano morto na Líbia, estampada nas primeiras páginas dos jornais. O governo dos Estados Unidos se apressou em afastar qualquer responsabilidade em relação ao filme que ofende o profeta Maomé. Os partidos que disputam a eleição americana já trocaram acusações e o assunto pautou a campanha deste ano.
A mesma questão incitou a violência em 2005, quando caricaturas de Maomé, publicadas em um jornal dinamarquês, foram motivo para vários ataques contra embaixadas espalhadas pelo mundo. O recente assunto suscita a discussão sobre os limites das mídias digitais no atual mundo conectado.
Para debater este tema, Alberto Dines recebe, no Rio de Janeiro, a Prof. de Política Internacional, Beatriz Bissio; e, em São Paulo, os jornalistas Fábio Zanini (Folha de S. Paulo) e Eugênio Bucci.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Combinada à política, a religião exibe novamente a sua carga de rancor. O paroxismo, novamente protagonizado pelo extremismo islâmico, começa a se tornar rotina. Este é o perigo: o mundo moderno, imperiosamente globalizado, está sendo varrido periodicamente por irrupções de ódio político-religioso e se acostuma a este tipo de ruptura.
A "Primavera Árabe" trouxe o voto universal a países que desconheciam o poder das urnas, mas a democracia não se resume ao ato de votar. Sem respeito às inevitáveis diferenças no gênero humano e desprezando a tolerância, uma sociedade não pode pretender a classificação de democrática.
E isto vale tanto para a república americana, com mais de dois séculos de existência, como vale para a república egípcia ora em gestação.
O fanatismo da direita americana, que inspirou o clipe contra Maomé, veiculado no YouTube, é aparentemente inofensivo, mas tão nocivo quanto a reação delirante e sanguinária que está provocando em todo o Oriente, do Mediterrâneo à Ásia Central.
Ao adotar as tecnologias ocidentais, o Oriente se recusa a conviver com valores que tornaram possíveis estas tecnologias. O Ocidente também reagiu ao avanço produzido pelas maquinetas inventadas por Gutenberg, também cortaram-se muitas cabeças. O nazi-fascismo e o comunismo estalinista foram as últimas barreiras contra a tolerância. E ruíram fragorosamente.
Às vésperas do primeiro milênio, na Espanha, o islamismo representou uma abertura filosófica e cultural. Agora, no início deste terceiro milênio, torna-se evidente a sua obsolescência apegada apenas ao ódio.
Guerras santas, como todas as guerras, são abomináveis em qualquer parte.
Dos Telespectadores:
Telefonemas:
Anísio Costa, Santa Maria / RS
O grande problema está no dogma de fé, onde não se usa o raciocínio e, consequentemente, não se alcança a verdade.
Juvenal Ferreira, Palmas / TO
Se a autorregulação da mídia fosse efetiva, um filme como esse jamais vazaria.
Donato Junior, Pelotas / RS
A liberdade de imprensa deve existir, mas quem ultrapassa os limites deve ser responsabilizado.
Felipe Baleia, São Paulo
Esses ataques vão favorecer Obama ou Romney?
Alan Ferreira, Belo Horizonte / MG
Os bárbaros sempre vão arrumar motivos para brigar.
Ideval Pereira, Praia Grande /SP
Será que, para a mídia ocidental, o terrorismo islâmico não acaba se tornando um produto de mercado?
Orestes da Silva, São José dos Campos / SP
O Islamismo teria facilidade de tomar as rédeas da situação em um país como o Brasil?
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
Como assistir
Participe
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