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Pequeno jornaleiro

Programa homenageia a profissão do Jornaleiro

Observatório da Imprensa

No AR em 07/01/2014 - 22:00

Pauta

Editorial

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Pauta:

No mês em que se comemora o Dia do Jornaleiro, o Observatório da Imprensa relembra o profissional que há mais de 130 anos leva as notícias aos leitores: o pequeno jornaleiro. Figura emblemática da imprensa, estes menores, que ganhavam a vida vendendo jornais nas ruas do país, ajudaram a construir o quarto poder.

O programa leva o telespectador de volta ao Brasil de 1808 - quando escravos entregavam as publicações - e mostra como os imigrantes italianos se converteram em vendedores de jornais, a partir do final do século 19.

Esta edição homenageia especialmente os intrépidos meninos maltrapilhos que gritavam as manchetes dos jornais nas esquinas, ao longo do século 20. Correndo no trânsito das cidades, dormindo na porta das Redações dos jornais, esses garotos perderam a infância em troca de alguns centavos. As crianças invisíveis só passaram a ser assistidas na década de 1940, quando a primeira-dama Darcy Vargas inaugura a Casa do Pequeno Jornaleiro.

Mostramos também como os jornaleiros de hoje veem a sua profissão e o desafio imposto pela notícia em tempo real.

 

Editorial:

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Esta é uma edição especial, homenagem ao dia do Jornaleiro e principalmente ao pequeno jornaleiro. Manchetes são escritas, portanto não falam, mas eu as ouvia desde criança - gritadas no bonde, nas esquinas e ruas do centro do Rio.

Aprendi o que era notícia ouvindo estas manchetes sonoras e compreendi que há notícias mais importantes do que outras, quando reparei naqueles meninos de uniforme azul, casquete na cabeça, uma bolsa no ombro cheia de jornais, anunciando o que era mais dramático e o mais sensacional. Crianças iguais a mim me ensinaram o que era jornal, o que era a vida, também o que era injustiça, fome e desamparo. Indiretamente, mostraram a magia do jornalismo.

O pequeno jornaleiro é descendente direto dos camelôs que, antes, durante e depois da Revolução Francesa, anunciavam panfletos e pasquins satíricos e revolucionários. Em Paris foram chamados de gansos, canards, porque grasnavam os papéis que vendiam. Mesmo quando estavam proibidos pela censura.

Quando os jornais começaram a alcançar grandes tiragens, os quiosques e as bancas mostraram-se insuficientes, era preciso levar os milhares de exemplares até os leitores espalhados pela cidade. Primeiro usaram-se adultos, depois alguém descobriu que crianças poderiam fazer a mesma coisa por um custo irrisório.

Também foram os franceses que entronizaram o deus Mercúrio, o deus do comércio e do intercâmbio – aquele com as asinhas no capacete e nos pés - como o símbolo da imprensa. É o deus das trocas. Filhos de Mercúrio, mercuriais, volantes, incansáveis, os pequenos jornaleiros ajudaram a construir uma indústria e uma instituição. Ajudaram a criar a poderosa imprensa e o quarto poder. Heróis anônimos, perderam a infância na luta para manter vivo um dos esteios da democracia.

Os arautos da liberdade, em muitas ocasiões, foram estes meninos e adolescentes, sem liberdade, que engrossavam a voz para tornar os seus apelos mais fortes e candentes. Onde houvesse um jornal, havia um coro de meninos entoando manchetes e as idéias nelas contidas. E não apenas aqui, nas esquinas do mundo inteiro. O pequeno jornaleiro é miúdo e global.

 

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Apresentação: Alberto Dines

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Criado em 19/09/2013 - 16:15 e atualizado em 17/03/2014 - 17:07

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