O ex-presidente Jair Bolsonaro presta depoimento, nesta quarta-feira (5), na sede da Polícia Federal, em Brasília, no caso que investiga a entrada ilegal no país de joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.
A PF deve ouvir dez pessoas simultaneamente e em salas diferentes. O objetivo é confrontar informações e impedir compartilhamentos de estratégias de defesa. Além de Jair Bolsonaro, vão prestar depoimento o ex-ajudante de ordens dele, tenente-coronel Mauro Cid, além de assessores do governo passado e fiscais da Receita Federal. Jairo Moreira da Silva, primeiro-sargento da Marinha, já foi ouvido. Ele afirmou à PF que foi ao Aeroporto de Guarulhos, em dezembro do ano passado, tentar reaver as peças após ordem do tenente Cleiton Henrique, assessor de Mauro Cid.
Nesta terça-feira (4), os advogados do ex-presidente devolveram o terceiro pacote de joias recebidas na Arábia Saudita em 2019. Entre os itens está um relógio da marca Rolex. A entrega foi feita em uma agência da Caixa Econômica Federal de Brasília. A decisão atende a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Em uma mensagem em rede social, Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente, disse “que a entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-mandatário do país, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto”.
Os advogados de Bolsonaro já haviam devolvido o segundo estojo, também por ordem do tribunal de contas. O kit continha um relógio, uma caneta, um anel e um tipo de rosário da marca suíça Chopard, avaliados em R$ 500 mil. As joias não foram declaradas à receita federal quando ingressaram no país.
Já a primeira caixa, com colar, anel, par de brincos e relógio de diamantes, foi retida pela Receita Federal no aeroporto. Os objetos, avaliados em R$ 16,5 milhões, também não foram declarados na alfândega. À época, o assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que as joias eram um presente para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
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