Trabalho igual, salário igual. Essa deveria ser a regra para a definir a remuneração de homens e mulheres. Mas, dados mostram que a diferença salarial por gênero está longe de ser superada.
“Acredito sim que esses números ainda estejam subestimados e quando a gente olha números de situação das regiões Norte e Nordeste, por exemplo, nós temos ainda um patriarcado forte e poucas mulheres em posição de liderança, inclusive num recrutamento interno já são até descartadas”, acredita Ylana Miller, especialista em liderança
A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2022, o salário médio das mulheres era de pouco mais de R$ 3.240 reais. Já para os homens, o rendimento era de quase R$ 3.800. Uma diferença de 17%.
O estudo também mostrou que os homens estão mais presentes na construção, 87,6%; indústria extrativista, 84,2%; e transporte, 81,7%; enquanto as mulheres eram maioria em ocupações de saúde e serviços sociais, 74,8; educação, 67,3%; e alojamento e alimentação, 57,2%. E atividade econômica que paga o maior salário, mais de R$ 8.300, em média, foi eletricidade e gás. Nesse setor, os homens são maioria: quase 80%.
Para tentar eliminar essas diferenças entre homens e mulheres, foi sancionada no ano passado a lei da igualdade salarial. Empresas com 100 funcionários ou mais são obrigadas a estabelecer mecanismos de transparência salarial e critérios de remuneração.
“A mulher, ela pode inicialmente procurar os canais de denúncia da empresa, do setor de recursos humanos que faz a gestão de pessoas e tem essa obrigação de verificar o ambiente de trabalho e até fazer cessar essa desigualdade salarial. Caso isso não ocorra ela pode ajuizar uma ação trabalhista. Essa mulher também ela pode realizar denúncia perante o Ministério Público do Trabalho, porque esse fato isolado ele pode, sim, acabar afetando o direito de outras mulheres”, alerta Cintia Possas, advogada especialista em direito trabalhista.
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