A Polícia de São Paulo enquadrou 31 mil pessoas negras como traficantes, em situações parecidas com aquelas em que pessoas brancas foram tratadas como usuárias. O dado é de uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper, a partir de 3,5 milhões de Boletins de Ocorrência feitos entre 2010 e 2020 no estado.
Os pesquisadores compararam casos em que negros e brancos tinham o mesmo gênero e escolaridade, além das mesmas quantidades de um mesmo tipo droga. A conclusão é que um negro tem 1,5% a mais de chance de ser enquadrado como traficante, o que corresponde a uma diferença de 31 mil pessoas. De acordo com a pesquisa, a diferença de tratamento é maior em casos com pequenas quantidades de drogas leves.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse a atuação das polícias em relação ao consumo e tráfico de drogas se baseia em critérios objetivos, independentemente da cor da pele, classe social ou outras questões. E que as forças de segurança recebem treinamentos contínuos e têm abordagens padronizadas.
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