Entidades da sociedade civil e a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo fizeram um relatório apontando uma série de violações de direitos, por parte da Polícia Militar, na Operação Verão, na Baixada Santista. Este documento é resultado de uma missão, que esteve na regiã, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, comandada pela ouvidoria da própria PM e pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Nesses três dias foram documentadas cinco execuções sumárias, uma tentativa de execução, abusos policiais e invasões a domicílios. Entre os mortos, pessoas com deficiência. Familiares ouvidos relataram que policiais fizeram modificações nas cenas dos crimes e que também dificultaram o socorro às vítimas.
Além das violações denunciadas ao Ministério Público, o relatório também recomenda apuração autônoma do que está acontecendo na Baixada Santista e pede a criação de mecanismos para evitar chacinas e de protocolos para orientar as ações policiais em regiões periféricas.
A Operação Verão, que é o novo nome da Operação Escudo, completa 30 dias na terça-feira (27), e até agora foram 33 mortos. No ano passado, foram 28 mortos em 40 dias de operação.
Há cerca de dez dias, a Defensoria Pública de São Paulo recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU), à Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedindo que o Estado brasileiro ponha fim a essas operações que são deflagradas sempre que um policial é morto.
A Secretaria de Segurança Pública disse, em nota, que as Corregedorias das polícias estão à disposição para receberem eventuais denúncias.
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