Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Combater subnotificação é chave para conter o crime de tráfico humano

Repórter Brasil

No AR em 30/07/2024 - 19:00

Mais de 2,5 milhões e meio de pessoas são vítimas do tráfico humano todos os anos, segundo a Organização das Nações Unidas. (ONU). A cada três vítimas, uma é criança. Um negócio criminoso que movimenta cerca de US$32 bilhões de dólares. É a terceira atividade ilegal mais lucrativa no mundo.

O trabalho análogo à escravidão é um dos crimes decorrentes do tráfico de pessoas. No Brasil, entre 2021 e 2023, 355 estrangeiros foram resgatados nessa situação, de acordo com relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A maioria tinha o mesmo perfil: homens negros, entre 18 e 29 anos, vindos do Paraguai, Venezuela e Bolívia. Eles atuavam principalmente no cultivo de mandioca e em confecções de vestuário em São Paulo, e em madeireiras em Santa Catarina. 

João Carlos Berka, secretário-executivo do Instituto Keruv, que atua na prevenção de desaparecimento de pessoas, diz que é preciso haver maior articulação entre os países para evitar esses casos. “ É necessário que dentro do próprio país haja um maior controle, com a troca de informações entre diversos bancos de dados. É preciso que os estados tenham uma uniformidade no trato dessa questão. Em segundo lugar, aproveitando o setor de crime organizado Interpol e da polícia europeia, criar mecanismos... já existe uma série de convênios para que possam agir de uma maneira coordenada. Essa questão, por exemplo, não há como nós coibir o tráfico de moças para prostituição se lá na Espanha, na Itália, nos países do Oriente Médio não houver também uma retração”, afirma ele. 

Nos últimos três anos, a Polícia Federal indiciou 70 pessoas por tráfico humano. Para tornar este trabalho mais eficiente e dar proteção e assistência às vítimas, o Ministério da Justiça lançou nesta terça-feira (30) a quarta edição do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

“O crime de tráfico de pessoas ainda é invisibilizado, ainda é um crime subnotificado. E nós queremos avançar nesse processo de notificação, criação de um banco de dados mais específico e engajamento da sociedade e de órgãos do poder público no enfrentamento desse crime”, explica Jean Uema, secretário Nacional de Justiça. 
 

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 30/07/2024 - 20:45

Últimas

O que vem por aí