O estudo “O que o Congresso Nacional fala sobre armamento civil?”, divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado, aponta que os discursos a favor das armas de fogo aumentaram nos últimos 10 anos no Congresso Nacional. Para fazer o levantamento, os pesquisadores analisaram 1.977 discursos na tribuna da Câmara e do Senado, proferidos nos últimos 70 anos.
Uma das constatações é que o tema era pouco mencionado até 1996. Foram 56 discursos. De 1997 a 2006 houve um pico de 827 falas. Nessa época, o Congresso debateu a criação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), do Estatuto do Desarmamento e o houve o referendo sobre a comercialização de armas.
Entre 2007 e 2014 o tema perdeu força. Mas, de 2015 a 2018, ocorreu uma virada para a posição pró-armamento, com a ascensão de mais parlamentares de perfil conservador. Nessa época foram 272 discursos sobre o tema, sendo mais de 70% proferidos por armamentistas.
De 2019 a 2022 foram 173 foram discursos, sendo 68 armamentistas, 47 pró-controle e 5 parlamentares que tiveram mais de um posicionamento. Nesse período, decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro aumentaram os calibres de armas liberados, acesso a pólvora e reduziram mecanismos de controle e rastreamento de armas e munições.
Decretos do governo Lula reverteram algumas dessas flexibilizações. Mas mesmo com essas mudanças, os discursos pró-armamento no Congresso foram três vezes mais numerosos. No ano passado foram 75 manifestações armamentistas e 24 pronunciamentos contrários.
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