A conservação de casas e prédios históricos no Rio de Janeiro preocupa moradores e autoridades. Isso porque, mesmo tombados, muitos imóveis seguem abandonados. Veja na reportagem do Thiago Pimenta e do Ronaldo Parra.
Enquanto estão na paisagem, as fachadas contam histórias. Por exemplo, este sobrado no centro do Rio foi a casa de Carmem Miranda no início dos anos 1920. Mas o telhado já caiu duas vezes. Há risco de queda do reboco em outros prédios da região. Muitos desses imóveis são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Segundo o Iphan, a empresa Arilucas, que hoje é a proprietária do sobrado, já foi notificada. Mas como cai o telhado, a história também pode cair no esquecimento. A ameaça dá sinais: tijolos aparentes, fissuras e paredes trincadas.
A defesa civil da cidade do Rio informou que fez 5 vistorias nas fachadas desses imóveis nos últimos nove meses. Constatou o risco de queda do reboco e isolou a área com fitas, mas não vistoriou o interior das casas. Um pedido de análise estrutural do interior dessas casas foi encaminhado para a prefeitura do Rio, que por causa da má conservação decidiu iniciar um processo para a compra dos imóveis.
Os imóveis na região do Arco do Teles fazem parte de um projeto de revitalização da prefeitura. Também na região central do Rio, o teatro Carlos Gomes hoje é um exemplo de restauração e conservação. Antes, abandonado por anos, passou por três incêndios até ser fechado para reformas em 2022.
A casa que leva o nome do compositor da ópera "O guarani" tem 152 anos de história. A reforma envolveu mais de R$ 16 milhões com intervenções de acessibilidade, modernização de elevadores, instalações elétricas, hidráulicas e os novos sistemas de climatização e prevenção de incêndios.
Quem tem um imóvel tombado e não conserva pode ser multado pelo Iphan e até responder a uma ação civil pública na justiça. O valor da multa pode chegar à metade da quantia necessária para o reparo.
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