Mais do que um objeto raro, um ancião que volta pra casa. Essa é a visão dos povos indígenas sobre o manto Tupinambá, que estava na Dinamarca desde o final do século dezessete. Ele chegou ao Brasil em 11 de julho, em meio a uma polêmica com o povo Tupinambá, que não teve a chance de recebê-lo e honrar suas tradições. Nessa segunda-feira (9) essa história muda um pouco. Às vésperas da cerimônia oficial de celebração pela volta do manto, que começa amanhã no Museu Nacional, no Rio, o Conselho Indígena Tupinambá de Olivença convocou uma entrevista coletiva para falar sobre os sentimentos de seu povo sobre o retorno.
O clima é de muita alegria. Os Tupinambás dizem que a chegada do manto trouxe boas energias. Danças e cânticos celebram a devolução do manto ao Brasil, após 300 anos num museu da Dinamarca.
“Não foi através nem da Dinamarca, nem do museu, que o manto Tupinambá retornou para o Brasil. Mas sim através dos nossos anciões (sic), dos nossos encantados […] de luz que o manto pôde ser devolvido para o Brasil, porque foi uma força muito grande espiritual”, destaca o cacique Sussuarana Tupinambá.
De ônibus, 136 lideranças indígenas chegaram ao Rio de Janeiro e agora estão acampados em um circo próximo ao Museu Nacional. No domingo, seis desses líderes já fizeram uma visita ao manto, mas eles lamentam que a recepção no Brasil poderia ter sido melhor. O acampamento segue até quinta-feira, dia 12, quando o museu recebe uma cerimônia oficial, organizada por ministérios e pela presidência da República.
Em nota, o Museu Nacional afirmou que o manto esteve em posição horizontal apenas quando passou por uma câmara que faz parte do processo de conservação, mas já se encontra em posição vertical "conforme os critérios de conservação e da tradição Tupinambá". Segundo a instituição, a previsão é que o manto seja exposto ao público geral a partir de 2026.
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