O tempero que dá sabor a muitas receitas precisa de tempo para germinar. Primeiro, a semente do coentro é colocada em bandejas de terra com nutrientes, onde fica por um período de 5 a 7 dias até virar muda. O processo foi ensinado a mais de 50 líderes comunitários e cozinheiros sociais de todas as regiões do Brasil.
A experiência de agricultura urbana fez parte do primeiro dia do evento Comunidade Gastromotiva: A Cozinha Como um Polo Transformador de Territórios. O evento, em preparação ao G20, tem a intenção de impulsionar debates e propor soluções para um futuro sustentável e sem fome.
“A gente está vendo a cozinha como um polo transformador de uma comunidade, que é como, através da lente da cozinha, a gente começa a trabalhar não só o combate à fome, mas a promoção de educação infantil, a capacitação profissional para o emprego e o desenvolvimento de hortas urbanas, entendendo que qualquer favela, qualquer comunidade pode ter telhados verdes”, destaca David Hertz, presidente da Gastromotiva.
Entre os participantes está Renata Peixe-Boi, que lidera a cozinha A Boca da Mata, em Manaus. O projeto alimentou milhares de indígenas durante a pandemia e não parou por aí. "A gente abraçou essa oportunidade com muita alegria, com muita esperança também, de entregar para quem estava precisando naquele momento aquele alimento", disse Renata.
O primeiro dia do encontro foi realizado na Fazenda Orgânicos da Fátima, que fica na zona oeste do Rio. O projeto, que nasceu há cerca de nove anos, é um exemplo de agricultura urbana que deu certo. Por mês, a fazenda vende cerca de 800 cestas com hortaliças, frutas, legumes e temperos a consumidores da capital fluminense.
"A maior importância aqui do nosso espaço, da agricultura orgânica urbana, é que eu estou aqui no grande centro e posso trazer as pessoas para virem aqui, se reconectar com a natureza e entender que plantar orgânico, comer orgânico, é muito mais do que você só consumir uma cenoura que não levou produto químico. É você participar de um trabalho que tem conceito, conceito de sustentabilidade, de cuidar da saúde, cuidar do meio ambiente e fortalecer o pequeno produtor, que é o meu caso", concluiu a Fátima Lima, agricultora orgânica.
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