Representantes de coletivos indígenas de produção audiovisual, organizadores de apoio à produção indígena, professores e estudantes universitários lançaram, recentemente, um manifesto para por fim à invisibilidade da cultura indígena. Uma das reivindicações desse manifesto, chamado Carta de Diamantina, foi a criação de janelas de visibilidade para a produção audiovisual indígena, como é o caso do extinto programa A'Uwe da TV Cultura.
Para refletir e discutir sobre este tema, o Ver TV convidou a antropóloga e jornalista Tatiane Klein, pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios da USP; a pedagoga Dora Pankararu, líder do povo Pankararu em São Paulo, realizadora do documentáro Promessa Pankararu; e a jornalista e cineasta Laine Milan, que dirigiu a série A'Uwe, apresentada pelo ator Marcos Palmeira, que era exibida pela TV Cultura e pela TV Brasil.
“A população acha que somos uma coisa só, acha que a gente tem que se apresentar com plumagem”, diz Dora Pankararu, ao defender a produção audiovisual feita pelos próprios indígenas e não-indígenas que estão engajados no movimento pela visibilidade da cultura indígena.
Para Laine Milan, a TV pública tem o dever de mostrar a cultura indígena. “A última janela na programação foi o A´uwe”, lamenta. “Não é só uma questão de representação a partir do nosso ponto de vista, pois os indígenas têm outra perspectiva sobre a imagem, sobre estarem na tela, sobre serem representados,” diz Tatiane Klein.
Apresentador do programa, Lalo Leal cita no episódio a antropóloga Carmen Junqueira, que diz que “o índio 'amado' é o emplumado, que apenas balbucia o português, enquanto que aquele vestido com roupas levanta suspeita, corre o risco de não ter reconhecida a sua identidade.”
LALO LEAL - APRESENTADOR
ALINE PENNA - PRODUTOR
PATRÍCIA LIMA - PRODUTOR
LUMI KIHARA - ROTEIRISTA
POLA GALÉ - DIRETOR
VITOR CHAMBON - PRODUTOR
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