Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Caminhos da Reportagem aborda vacinação na estreia da temporada

Jornalístico da TV Brasil traz panorama da cobertura vacinal no país

TV Brasil estreia a temporada de edições inéditas do programa Caminhos da Reportagem neste domingo (9), às 22h, com o episódio "Vacina, infância protegida". A produção tem transmissão simultânea no YouTube da emissora pública e ainda pode ser acompanhada no app TV Brasil Play.

A atração jornalística revela o impacto da queda da cobertura vacinal no país e mostra porque é preocupante as crianças estarem com as vacinas atrasadas. Para isso, a equipe apresenta histórias de vida emocionantes e entrevista especialistas na área. Também destaca o carismático Zé Gotinha, grande símbolo do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 2023.

"Dia 11 de junho é dia de vacina? É, sim senhor. É dia de festa no posto de saúde? É, sim senhor." Esse é o texto de uma campanha estrelada pelo personagem em meados dos anos 1990. Batizado em um concurso que mobilizou milhares de crianças, o Zé Gotinha representa essa figura lúdica. O Brasil, no entanto, registra a pior taxa de cobertura vacinal em 30 anos: três em cada dez crianças estão com as vacinas atrasadas.

O diretor do PNI, Eder Gatti, explica que as taxas de vacinação se consolidaram nos anos 1990. Em 1994, o Brasil recebeu o certificado de zona livre da poliomielite. Desde 2015, porém, "nós começamos a registrar queda de cobertura em diversas vacinas. E isso foi piorando progressivamente até nós chegarmos no ano de 2022 com todas as vacinas com níveis abaixo do desejado", explica o médico infectologista.

A baixa cobertura coloca o país e sobretudo as crianças em risco, uma vez que doenças já erradicadas podem retornar ao território brasileiro. "A partir do momento que você tem muitas crianças sem a imunização, qualquer doença que entrar nesse meio se espalha de maneira explosiva. A gente corre o risco, sim, de voltar a ver surtos de doenças que já tinham sido expulsas do país, por falta de vacinação", alerta o biólogo e divulgador científico, Átila Iamarino.

Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de zona livre de sarampo. Naquele ano, a administradora Verônica Neri contraiu a doença. A filha mais nova, então com 7 meses, também foi contaminada e ficou 30 dias na UTI.

A entrevistada conta o drama enfrentado pela família. "Minha filha pegou porque outras pessoas não se vacinaram. E o sarampo voltou. Eu passei. Não perdi a minha filha por isso. Mas, infelizmente, outras pessoas devem ter perdido", lamenta Verônica. Entre 2018 e 2021, 26 crianças perderam a vida para a doença.

Razões para a queda da cobertura vacinal
A redução da cobertura vacinal é complexa e envolve uma série de fatores. A pandemia de Covid-19 direcionou os esforços do SUS para o combate da doença; os pais evitaram sair de casa para vacinar os filhos; e a desconfiança lançada sobre as vacinas, bem como o discurso de autoridades, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, estimularam o negacionismo.

As 'fake news' e os grupos 'antivax' também entram nessa equação. Para agentes do sistema público de saúde, o importante agora é reconquistar a confiança dos brasileiros. "Ao contrário de outros países, o Brasil nunca teve um percentual importante de população 'antivax'. (...) O Brasil sempre teve uma enorme adesão da nossa população, sobretudo da parte das famílias em relação às vacinas", afirma a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo.

Para essa retomada, municípios como Campina Grande, na Paraíba, e a capital do país, Brasília, investem em levar a vacina de porta em porta. A ideia é retomar o vínculo e a confiança das pessoas. "A gente via que não era necessariamente algo contra a vacina, era simplesmente a dificuldade de acessar essa vacina", esclarece Ramá de Oliveira Cardoso, coordenadora de Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal.

"Se a família ainda não está levando a criança para ser vacinada, a vacina tem que chegar na criança onde ela estiver: famílias ribeirinhas, quilombolas, indígenas. O SUS tem condições de fazer isso. Porque vacina tem", complementa a chefe de Saúde e HIV do Unicef Brasil, Cristina Albuquerque.

Último caso registrado de poliomielite no país, Devison Rodrigues hoje é personal trainer e um grande defensor da vacinação. Ele tinha tomado três das cinco doses contra a doença e sobreviveu sem nenhuma sequela. Sua mãe acredita que o filho é um milagre. Da fé e das vacinas. "Foi uma conquista, né? Agradeço a Deus. Agradeço meus pais. Pretendo ser sempre, no Brasil, o último caso de pólio", finaliza Devison.

Ficha Técnica
Reportagem: Gracielly Bittencourt Reportagem Cinematográfica: André Rodrigo Pacheco, Gilvan Alves, Jorge Brum Produção: Claiton Freitas, Gracielly Bittencourt e Gabriela Castro (estagiária) Apoio produção: Luiz Filipe Moreira (estagiário), Priscila Erthal Kerche, Guilherme Jeronymo, Camila Fregona Auxílio técnico: Alexandre Souza, Thyago Pignata, Raimundo Nunes Apoio imagem:  Alexandre Nascimento, Ana Oggioni, Gabriel Penchel, João Marcos Barboza, Manoel Lenaldo, Sigmar Gonçalves Apoio auxílio técnico: Dailton Matos, Jone Geraldo, Wladimir Roger Ortega Edição de texto: Francislene de Paula

Sobre o programa
Produção semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de grandes histórias, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.

No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada pauta.

Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única, levando conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.

Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações relevantes no meio jornalístico.

Exibido aos domingos, às 22h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para segunda-feira, às 2h30. A produção disponibiliza as matérias especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pública em https://www.youtube.com/tvbrasil. As edições anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.

Ao vivo e on demand
Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.
Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Serviço Caminhos da Reportagem – domingo, dia 9/4, às 22h, na TV Brasil Caminhos da Reportagem – domingo, dia 9/4, para segunda-feira, dia 10/4, às 2h30, na TV Brasil

Facebook – https://www.facebook.com/tvbrasil Twitter – https://twitter.com/TVBrasil Instagram – https://www.instagram.com/tvbrasil YouTube – https://www.youtube.com/tvbrasil TikTok – https://www.tiktok.com/@tvbrasil

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 05/04/2023 - 16:15 e atualizado em 05/04/2023 - 16:15

Últimas

O que vem por aí