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Trilha de Letras analisa o desafio dos autores iniciantes

Simone Campos conta as dificuldades para entrar no mercado literário

A entrada de novos escritores no mercado literário brasileiro pauta o programa Trilha de Letras desta quinta (15), às 21h30, na TV Brasil. Para conversar sobre o assunto, o apresentador Raphael Montes entrevista a jovem escritora Simone Campos.

A autora estreou na literatura com apenas 17 anos quando ainda cursava o Ensino Médio e publicou o livro "No shopping" (2000). De lá pra cá, Simone Campos já lançou outros quatro títulos. O mais recente é o romance "A vez de morrer" (2014), indicado ao Prêmio Oceanos, que conta a história de uma mulher 'empoderada'.

Para aprofundar o debate sobre o surgimento de novos autores no mercado editorial, o Trilha de Letras traz o depoimento do premiado escritor Julián Fuks e da agente literária Luciana Villas-Boas.

Durante o programa, Simone Campos explica como ingressou na carreira literária. "Fiz uma pesquisa em cadernos literários para desobrir quais editoras eram receptivas a novos autores mesmo sem indicação ou apadrinhamento, como o meu caso. Simplismente bati à porta da editora que acolhia jovens autores e deixei meu livro", recorda.

Apresentador e convidada questionam conceito de 'jovem autor'

Ela fala sobre o desenvolvimento de seu modo de produção e seu amadurecimento como escritora. "Publiquei meu segundo livro, 'A feia noite' (2005), só cinco anos depois da estreia". Simone diz que percebe uma mudança em sua forma de ver o mundo e reflete com Raphael Montes sobre o conceito de 'jovem autor'.

"Passaram-se 17 anos desde que lancei o primeiro livro quando eu tinha 17 anos. Estou com 34 agora e continuo 'jovem autora'. Acho que até 40 anos a gente é 'jovem autor', não acha? Com 40 anos muda, não tem nada relaciondo à quantidade de livro. Até porque já tenho cinco", pondera a convidada.

A escritora examina com mais detalhe esse seu ponto de vista. "Penso que tem uma virada em 'Amostragem complexa' (2009), meu terceiro livro, uma obra de contos. Comecei a ser menos hermética e misteriosa no que escrevo e trouxe mais histórias com camadas profundas para quem já é um leitor experimentado. Busco chamar pessoas novas para a literatura: eu também quero conquistar leitores", explica.

A autora conta que na publicação seguinte, "OWNED - Um novo jogador" (2011), faz uma espécie de homenagem à cultura da internet e aos jogos eletrônicos, atividade que ela é fã. "Hoje em dia faço pesquisa acadêmia de doutorado sobre vídeo-games dentro da área de Letras. É uma continuação da literatura: narrativa. É um meio de contar através de regras e ficcionalizar", comenta Simone que disponibilizou a obra gratuitamente na internet.

No quadro "Dando a letra", o programa da TV Brasil apresenta o trabalho do Roberta Carmona no canal "Literatórios" no Youtube. A página divulga os novos autores e aborda obras da literatura brasileira e latino-americana contemporânea. No espaço, a empreendedora também entrevista escritores iniciantes.

Julián Fuks comenta aumento de autores

O premiado o escritor Julián Fuks também participa desta edição do programa Trilha de Letras. O paulista filho de argentinos foi reconhecido com o Prêmio Jabuti de 2016 na categoria romance com o livro "A Resistência", obra que lhe valeu o segundo lugar no Prêmio Oceanos e com o qual foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e conquistou.

"Comecei na literatura aos 20 anos frequentando oficinais literárias. Talvez fosse um tempo de possibilidades mais abertas há 10 anos. O contingente de originais não era tão vasto assim. Hoje as editoras têm mais dificuldade de lidar com a quantidade de material que elas recebem", avalia.

Para Luciana Villas-Boas revela as dificuldades em seu publicar obras de ficção. "O jovem escritor que já está 'acontecendo' na internet e tem um perfil profissional é um cliente que eu sei que vai encontrar lugar mais rapidamente. É mais fácil para o editor publicar a não-ficção. Ele sabe onde está o público. Um romance é difícil apresentar com todas as garantias de que será uma leitura prazerosa para o leitor".

Ela comenta ainda esses desafios num contexto de crise. "A literatura perde espaço em um momento que o editor não pode errar. Ele não é vilão. Numa crise dessa ele não pode publicar um livro que vai ficar mofando no armazém. Ele foge da ficção, principalmente da ficção de estreia, que é um desafio. As pessoas não sabem que a literatura prepara para a vida", encerra Luciana.

Serviço:
Trilha de Letras – Simone Campos – quinta-feira (15), às 21h30, na TV Brasil.
 

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 14/06/2017 - 11:45 e atualizado em 14/06/2017 - 11:45

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