Este episódio mostra o trabalho do médico-geneticista Sérgio Pena, diretor do Laboratório Gene – referência nacional em genética e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele estuda a diversidade de genomas, a genética da população brasileira, além do diagnóstico de doenças a partir do estudo dos genes.
O professor explica, neste programa, que as diferenças entre as pessoas estão apenas na superfície, no fenótipo. A similaridade genética é de 99,5%. Mas esses 0,5% tornam cada indivíduo único e definem as particularidades de cada um.
Como bases em seus estudos, o professor reflete sobre o racismo contra a população negra. Segundo Pena, a discriminação racial surgiu por conta de interesses econômicos e não tem nenhuma base científica, como teorias ultrapassadas chegaram a alegar. A ciência comprovou que não há raças olhando apenas para o DNA humano, afirma.
"Existe sempre o interesse econômico por trás do racismo", enfatiza Pena. Os genes que definem a raça, explica, "não tem nada a ver com o desenvolvimento cerebral, inteligência, habilidade artística ou capacidade esportiva". A justificativa biológica foi usada no passado para categorizar pessoas com base na cor de pele e levou à escravização, à perseguição e à morte de milhões de indivíduos.
"Os genes de cor de pele adaptam as populações à sua geografia”, esclarece Pena. "Se você mora nos trópicos, precisa de uma pigmentação forte para impedir a degradação do ácido fólico, além de bloquear radiação ultravioleta que causa câncer. Agora, se você migra da África para o norte da Europa, como a humanidade fez, vai haver uma pressão seletiva para que as pessoas fiquem mais claras de modo a permitir a síntese de vitamina D na pele".
Origens da população brasileira
Os estudos do professor Sérgio Pena descobriram também a ascendência genética do povo brasileiro. Somos descendentes de povos das regiões da África abaixo do Saara, do norte da África e de áreas envolta do mediterrâneo, da Europa e de indígenas da América.
Com o avanço das pesquisas de mapeamento do genoma, Sérgio Pena espera que as pessoas tenham acesso a uma medicina personalizada e participativa, que antecipe tratamentos e a cura para doenças de origem genética, muitas delas, degenerativas.
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