Em meados da década de 1970 surgiu no Brasil uma nova geração de músicos que ocupou o vácuo deixado pelo fim da Bossa Nova e da Tropicália. Muitos ganharam fama de artista independente. Outros foram taxados de malditos por causa da complexidade do que compuham, de difícil compreenção para o grande público. Eles não tinham a menor preocupação em agradar as gravadoras. Entre esses artistas independetentes, com fama de maldito, estava o poeta, compositor e instrumentista Itamar Assumpção. Para destacar a obra do músico, falecido há dez anos, Vera Barroso conversa neste De Lá Pra Cá com a poeta e compositora Alice Ruiz, o músico e produtor Paulo Lepetit, o músico Luiz Chagas e a cantora Zélia Duncan.
Itamar Assumpção não gostava da reputação de maldito. Dizia que era um revolucionário, um artista que não faria conceções comerciais à arte. Ele foi, ao lado de Arrigo Barnabé, a principal figura da chamada Vanguarda Paulista, um movimento artístico, com inspirações na contracultura, que propunha rupturas e inovações. O epicentro desse movimento foi o Teatro Lira Paulistana, que ficava na praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros. Apesar do grande impacto que causou, o experimentalismo da Vanguarada Paulista durou menos de uma década e ficou restrito a um público muito específico, formado em sua grande maioria por intelectuais e estudantes.
Itamar Assumpção morreu cedo, aos 51 anos, e mesmo não tendo ganhado o reconhecimento que merecia por parte do grande público, influenciou vários músicos que hoje fazem muito sucesso. E o seu trabalho passou a ser cultuado pelas novas gerações de compositores. Itamar Assumpção, vida e obra, no De lá pra cá.
Programa exibido originalmente em 7 de novembro de 2013.
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