O jornalista, escritor e humorista Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta, era um carioca típico; desses que a gente pode dizer, sem erro: "da gema". Nasceu e viveu até morrer, na rua Leopoldo Miguez, em Copacabana. Boêmio, teve na música, nos livros e nos grandes amigos que soube cultivar, suas maiores paixões. Era de fato, um homem simpático, de grande inteligência e com uma perspicácia sem igual.
Irônico, desenvolveu um humor ferino - desses que não perdoam o absurdo de certas situações; implacável com a demagogia dos poderosos e com a desfaçatez dos sínicos. Sua sagacidade conquistou admiradores - eram pessoas inconformadas com a hipocrisia da sociedade - , mas também lhe custou inimizades. Afinal, nem todos têm bom o humor necessário para saber conviver com a irreverência.
Sérgio Porto, ou melhor Stanislaw Ponte Preta, encontrava a matéria prima à sua crítica demolidora nas chamadas coisas sérias do dia-a-dia. Fazia humor sem caricaturar o assunto. A exemplo de Bernard Shaw, que quando queria fazer graça dizia a verdade, Sérgio Porto também fez graça descobrindo verdades e tendo a coragem de dizê-las.
Sérgio Porto morreu em 1968, há quarenta anos, de um infarto - o último de uma série de vários -, aos 45 anos de idade. Sua morte precoce com certeza fez falta às redações dos jornais que surgiam na época, com o intuito de enfrentar o regime militar e os anos de chumbo que se anunciavam no Brasil. Participam do programa a filha, Ângela Porto, a biógrafa Cláudia Mesquita, a atriz Maria Pompeu, os cartunistas Lan e Jaguar e o conjunto Quarteto em Cy.
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