Vai longe o tempo em que Caetano Veloso incensou Paulo Ricardo, o vocalista da banda RPM (Revoluções Por Minuto) dizendo em alto e bom som que ele possuía os “ombros mais bonitos do Brasil”. A resposta ao elogio foi a gravação personalíssima de “London, London”, feita por Paulo Ricardo, reaquecendo as memórias sobre as dores do exílio londrino de Caetano.
Troca de afetos à parte, a partir de “London,London” e do álbum “Rádio Pirata ao Vivo”, o jornalista e ex-modelo Paulo Ricardo começou a ser levado a sério pelos críticos. Os fãs ele já havia conquistado desde as primeiras apresentações à frente do trio formado por Fernando Deluqui (guitarra), Paulo “P.A.” Pagni (bateria) e Luiz Schiavon (teclados e programação).
Atualmente divulgando o CD “Elektra” que sela a reestruturação da banda depois de 23 anos de separação, o vocalista tenta recuperar, aos 50 anos de idade, o vigor que demonstrava no palco na segunda metade dos anos 1980.
Paulo Ricardo se empenhou para manter o público conquistado pelo quarteto RPM. Para isto, pressentindo que este público envelhecia, investiu numa linha romântica, como ensinou Roberto Carlos que migrou do Iê-Iê-Iê para o amor sublime amor sem perder o charme nem a postura. Tentando o mesmo caminho, Paulo Ricardo fracassou em todas as investidas. O suspiro derradeiro foi dado em 2000 quando gravou o próprio Roberto Carlos, Caetano Veloso, Michael Sullivan, Getúlio Cortes, Carlos Colla e clássicos do BRock.
Pesados os desvarios da juventude que todos admitiram milhares de vezes para justificar a volta, Paulo Ricardo e os amigos estão aí. Além da experiência, divulgam a contribuição que deram ao país que se democratizava e exigia da sociedade vozes e atitudes coerentes. Nisto o RPM respeitou e honrou seu público.
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