Cerca de 200 pessoas desaparecem por dia no Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Hoje, 30 de agosto, é o Dia Internacional da Pessoa Desaparecida, e em São Paulo uma campanha foi lançada para chamar atenção para o tema.
Com cartazes e fotos, familiares lembraram e homenagearam os entes queridos. O ato nas escadarias da Catedral da Sé, no centro da capital paulista, pediu ainda ações efetivas do poder público para solucionar os desaparecimentos.
Graciane foi levada de casa em 2005, quando tinha 18 anos. Para ela, a falta de empenho das autoridades logo após o crime dificultou a localização da jovem, que, mesmo com a emissão de um alerta internacional, não foi encontrada. “Por causa da Graciane, eles não queriam vir de imediato. Falaram que tinha que esperar 24 horas, sendo que isso nunca existiu, a questão das 24 horas. E depois, com o passar do tempo, a gente aprende que, quando alguém desaparece, eles têm que procurar naquele momento que você faz o boletim de ocorrência. Não tem que ficar esperando”, explicou a irmã”, desabafa Gislaine Nascimento, irmã de Graciane.
A manifestação também marcou o lançamento de uma série de camisetas com design despojado e imagens das pessoas desaparecidas. A parceria entre a ONG Mãe da Sé e uma agência de comunicação estratégica busca dar visibilidade ao problema que aflige milhares de famílias.
Para orientar as pessoas que passam por essa situação, a Defensoria Pública de São Paulo conta com uma base de atendimento móvel na praça. “O primeiro obstáculo na vida da família é o acesso à informação. E é por isso que a Defensoria também tem acompanhado, às vezes até um pouco para traduzir o que é feito para as famílias, para que elas sejam de fato protagonistas dessa busca e possam contribuir efetivamente para o trabalho das autoridades competentes”, afirmou Cecília Nascimento Ferreira, defensora pública.
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