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Primeiras gerações beneficiadas com Bolsa Família estão empregadas

Repórter Brasil

No AR em 19/09/2024 - 19:00

Com uma trajetória de vida que enfrentou as dificuldades da pobreza, Miriam Generoso conseguiu investir na própria educação. Hoje, ela é coordenadora do Coletivo de Mulheres Independentes da Providência, que oferece formação educacional e profissionalizante dentro da comunidade, localizada na Zona Portuária do Rio. Além de ser uma função que a deixa realizada, este é o emprego com carteira assinada que, formada em direito, a jovem tem mestrado e faz pós-graduação em Educação para Relações Étnico-Raciais. 

Tanto a família quanto ela própria já precisaram do Bolsa Família. “Esse aporte, o valor que era disponibilizado pelo Bolsa Família, chegou para complementar essa renda nossa”, conta Míriam. 

O valor pago pelo governo federal no programa Bolsa Família é de R$ 600 por núcleo familiar. Mas, para ser contemplados, os beneficiários precisam comprovar que as crianças frequentam a escola, têm calendário vacinal atualizado, e, para as grávidas, que estão com o pré-natal em dia.

Criado em 2004, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do Brasil. Agora, com quase duas décadas de existência, como ficaram as primeiras gerações dos beneficiários do Bolsa Família? 

Uma pesquisa do Instituto de Mobilidade de Desenvolvimento Social acompanhou crianças entre sete e 16 anos que faziam parte de famílias dependentes do programa em 2005. O levantamento mostrou que, mais de 10 anos depois, 64% desse grupo de mais de 11 milhões de beneficiários não recebiam mais o Bolsa Família, e 45% tiveram pelo menos um emprego com carteira assinada no período. O estudo foi destaque de um artigo na edição deste mês da revista científica "World Development Perspectives", periódico dedicado ao estudo e promoção do desenvolvimento internacional.

“O acesso ao emprego formal é relevante para explicar a mobilidade social, pois ele é um indicativo de que a produtividade do trabalho daquelas crianças, quando atingem seus primeiros anos de vida adulta, é suficiente para uma carteira de trabalho”, explica Sérgio Guimarães, diretor do Instituto Mobilidade de Desenvolvimento Social.

“Programas assistenciais são necessários porque auxiliam as pessoas a mudar trajetórias. Não vai ser esse o fator determinante que mudará a vida das pessoas, mas ele auxilia a manter o mínimo. Ninguém vai conseguir estudar com fome, ninguém vai conseguir buscar emprego com fome” destaca Míriam. 

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Criado em 19/09/2024 - 20:35

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