Um relatório elaborado pelo "Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos" da Universidade Federal Fluminense, em parceria com a Defensoria Pública de São Paulo, aponta falhas investigativas na 1ª fase da Operação Escudo em São Paulo, no ano passado.
Esse levantamento traz análises sobre 20 casos de mortes e dois de lesões corporais graves causadas pela Polícia Militar de São Paulo na Baixada Santista entre julho e setembro do ano passado, durante a chamada Operação Escudo. Essa operação deixou 28 mortos e começou após um policial da Rota, que é o grupamento de elite da PM de São Paulo, ser morto na região do litoral paulista.
De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira (19), em apenas 55% dos casos analisados a cena do crime foi devidamente preservada para a realização das perícias. Além disso, os peritos apresentaram medições imprecisas das posições e evidências das cenas de crime, o que impossibilita, em muitos casos, a realização de uma reconstituição mais precisa desses homicídios. Já o acesso às fotografias dos locais de ocorrências e dos objetos apreendidos foram limitados, o que, de acordo com os pesquisadores, compromete a qualidade das investigações.
Outro ponto é que, em apenas 33% dos casos analisados, havia imagens das câmeras corporais nos inquéritos. Segundo uma apuração recente da Agência Brasil, em São Paulo, a Defensoria Pública do Estado vai pedir, com base nesse relatório divulgado hoje, a reabertura de seis processos contra policiais militares envolvidos na operação. Atualmente, existem quatro processos em andamento e 23 arquivados.
Questionado pela quantidade de mortes na Operação Escudo, o governo sempre tem se posicionado dizendo que quem busca pelos conflitos são sempre os criminosos.
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