Deborah Colker: coreógrafa e bailarina está no centro do Roda Viva

Deborah Colker tem sua carreira marcada pela diversidade e inquietação. Cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano durante dez anos.  Mas foi em meados de 1980 que deu início a sua carreira na dança, até que, em 1994, sua companhia foi fundada. Hoje, ela é patrocinada pela Petrobras.

Em 2009, Deborah criou e dirigiu ‘Ovo’, espetáculo do Cirque Du Soleil. A coreógrafa conta que teve a natureza como tema para desenvolver o espetáculo, algo que pôde se inspirar no Brasil. “Ovo é um espetáculo muito brasileiro”. Nele há referências do carimbó, forró, samba e até mesmo do funk carioca. Ela faz questão de declarar que é uma artista brasileira e faz arte pensando em seu país.

Débora optou por não trabalhar com bailarinos no espetáculo.  “Eu quis trabalhar com o mundo do circo”. A coreógrafa teve ainda o privilégio de escolher o nome “Ovo”. O primeiro em português do Cirque Du Soleil. “Ovo é vida, ovo é enigma”.

A coreógrafa despreza classificações e diz que contemporâneo é o que está sendo feito na atualidade, não o que foi produzido há anos. “Não estou interessada em definir a minha dança. As pessoas têm que amadurecer e perder tempo com o que realmente é necessário. Contemporâneo é o que estamos fazendo agora”.

Mesmo sem uma definição teórica, sua dança e sua arte ficaram conhecidas internacionalmente. E diferentemente de outras grandes companhias, Deborah Colker arrasta públicos diversificados e nem sempre específicos. “A gente encontra diferentes tipos de profissionais; enfermeiras, taxistas, entre outros. Não é uma platéia somente de dança e de artistas. Quando eu começo a criar um espetáculo ele estabelecem essa comunicação, isso me dá muito prazer. Um dos pontos importantes do meu trabalho é trazer o mundo contemporâneo para o mundo cotidiano”.

A fórmula de sucesso de Deborah Colker é experimentar: “A arte experimenta. O conhecimento dá um alicerce”.