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Brasil olímpico?

A semana mostrou os dois mundos em que o esporte brasileiro vive. Tem o lado do futebol e o dos demais esportes. É claro que em ambos nem todos vencem, nem todos ganham altos salários, nem todos têm apoio. Em ambos há os necessitados, sem recursos, trabalhadores como outros qualquer. Mas os fatos envolveram dois campeões, integrantes de seleção brasileira, ídolos em suas modalidades.

Kaká e Jade Barbosa são nossos personagens. Ele já foi o melhor do mundo, ela está entre as melhores. Ele recebeu uma proposta de mais de R$ 200 mil de salário por dia. Ela não recebe há um ano e iria ganhar R$ 350 para fazer publicidade. É evidente que não quero comparar o futebol e o que movimenta em dinheiro no mundo com a ginástica olímpica. Mas as situações vividas por Jade e Kaká não se justificam.

Talvez a sorte de Kaká esteja no fato de ele não mais jogar no Brasil. Aqui muitos também convivem com a falta de salários todo mês. Mas Jade está aqui, defende o Flamengo, um dos dois grandes pólos da modalidade no país, e viveu um ano em Curitiba, na sede nacional da ginástica. Enquanto ele tem tudo à mão, Jade não sabia nem mesmo que sofria de uma contusão séria,, há um ano, e que pode deixa-la, irreversivelmente, fora do esporte.

Como é possível que um símbolo do esporte não tenha qualquer tipo de apoio, nem do seu clube, nem da confederação que representa? Ela não tem apoio médico, não recebe medicamentos, não sabe onde fazer os exames e, se precisar de cirurgia não sabe como fará, pois terá de ser feita nos Estados Unidos.

Cadê os recursos da Lei Agnelo Piva? O que é feito com o dinheiro que o COB recebe? Ele não deveria ser destinado para a formação de nossos atletas? Jade tem 17 anos, tem ainda uma boa estrada para percorrer e somar conquistas internacionais para o país? Será que ela não merece ajuda. Não estou nem reclamando do passado, estou falando do agora, de a partir de agora.

O Brasil é o país do futebol e é compreensível que os atletas dos gramados tenham mais visibilidade e apoio que os demais. Mas abandonar os das outras modalidades é um pouco demais. Ainda bem que o Brasil também é o país da hospitalidade, da solidariedade, da amizade. E assim, com ajudas de fãs, Jade consegue se tratar, por enquanto. Mas o Brasil, que vai sediar uma Copa e sonha com uma olimpíada, precisa ser o país dos esportes. Para isso nem falta muito: basta seriedade e respeito, por parte dos dirigentes, a quem verdadeiramente faz o esporte ser cada vez mais vivo: os atletas.




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Criado em 21/01/2009 - 12:00 e atualizado em 21/01/2009 - 12:00

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