A derrota da Alemanha vem, definitivamente, enterrar as muitas bobagens que se falam para explicar determinadas derrotas. Até hoje ouvimos e recebemos por e-mail informações que garantem que a Copa de 98 foi vendida pela CBF, com a garantia da realização do Mundial no Brasil em troca. O mesmo dizia-se agora: estava tudo armado para a Alemanha voltar a ser campeã. E agora? Será que esqueceram de avisar a Itália, como supostamente teriam feito com os brasileiros, na Copa da França?
Se você quer revelar um segredo, basta contá-lo para alguém. Isto é mais do que sabido. Imagine manter um segredo como o da venda da Copa entre os 23 jogadores, comissão técnica e demais envolvidos. Já se passaram oito anos e ninguém abriu a boca! Como diria o saudoso Bussunda, fala sério!
Outro absurdo é dizer que patrocinador influi na escalação. Será que a Nike a mais acusada prefere ver seu jogador em campo a garantir a presença da seleção que patrocina na final de uma Copa? Nesse raciocínio, porque o Kaká, que é atleta da Adidas, não foi barrado? Afinal de contas, ele jogou mal e até se contundiu, o que facilitaria essa "interferência", não acham? E o que dizer do Robinho, garoto-propaganda da Vivo? Por que ele, com o apoio do mesmo patrocinador da Seleção, ficou no banco? Todo mundo queria o Robinho no time (menos o Parreira). Se houvesse essa pressão, não seria a hora mais oportuna para aceitá-la?
Perdemos para a França duas vezes por incompetência. Em 98 o então Ronaldinho passou mal. Agora, ele e todo o time passaram mal, marcaram mal, jogaram mal. E isso basta para explicar nossa eliminação.
Fiquei pensando no passado. Nosso time tinha em campo, nas Copas de 58 e 62, um Anjo de Pernas Tortas, uma Enciclopédia do Futebol, um Príncipe Etíope, o Leão da Copa; em 70, o Rei estava no auge da forma, ao lado do Furacão da Copa, do Canhotinha de Ouro, da Patada Atômica; em 82, em outra geração de ouro, que incrivelmente não venceu, foi a vez do Rei de Roma, do Galinho de Quintino, do Capacete, do Chulapa. Este ano, nosso time tinha o Melhor do Mundo, o Fenômeno, o Imperador. Acho que começamos a perder nos apelidos.
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