Já repararam nas tabelas de classificação das Séries A e B do Campeonato Brasileiro? Hoje, apenas um time do Rio estaria na Primeira Divisão, ano que vem. Dos cinco que participam desses dois campeonatos, Fluminense e Botafogo estão na zona de rebaixamento para a Segundona e Vasco e Duque de Caxias não estão entre os que se classificam para a elite. Só o Flamengo escapa, e mesmo assim está em sétimo lugar.
É muito pouco, quase nada. Eu diria mais: é nada. Para um futebol que se dizia a vitrine do futebol brasileiro, que costumava brigar pela hegemonia em títulos nacionais, ter seu time mais bem colocado em sétimo lugar deveria ser uma vergonha para os dirigentes. É uma prova mais do que contundente de que o Estadual que acontece por aqui de nada vale e, comprovadamente, não é critério de avaliação quando pensamos em disputas nacionais.
Demitir técnico, como o Fluminense acaba de fazer, não resolve. Que tal investir no time? Há quanto tempo não vemos um grande valor surgir na base dos quatro grandes do Rio? Philippe Coutinho, do Vasco, já está vendido há mais de um ano! Para piorar, os pequenos, que forneciam material, agora preferem contratar jogadores em fim de carreira, que aceitam contratos de três meses. Não existe um calendário justo para eles, que dê condições de investirem na formação de jogadores. Mas aí vamos voltar ao tema de empresários, Lei Pelé e mais e mais.
Esse ciclo, talvez vicioso, sem dúvida está afetando o nosso futebol e está difícil ver uma saída, ainda mais no Rio. Ainda não atingimos o nível de profissionalismo exigido e que já conseguimos encontrar em outros clubes brasileiros, como São Paulo, Cruzeiro, Inter e Grêmio. Até quando deixaremos a paixão de amadores dominar? Por quanto tempo iremos insistir, e sobreviver, com esta postura? O futebol do Rio mal implica em um futebol nacional também ruim.
Há muito se fala que nenhum estado consegue manter quatro grandes clubes, como acontece no Rio. Pelo visto, em pouco tempo estaremos dizendo que nenhum país resiste a ter mais de dez clubes que se autodenominam grandes. Sinceramente, espero que nem uma nem outra previsão se confirmem.
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