O Comitê Olímpico Brasileiro promove nesta terça-feira a grande festa do esporte nacional. Nossos principais atletas, de todas as modalidades, vão ao Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, em busca de um reconhecimento que muito pouca gente dá. Há esportes que o brasileiro nem mesmo conhece. Mas eles estão lá, competindo principalmente contra as dificuldades e, várias vezes, levando o nome do Brasil ao pódio.
Há uma semana a CBF realizou festa semelhante, mas voltada apenas para o futebol. Festa de ricos, se fôssemos comparar os craques do futebol com os dos esportes olímpicos, levando-se em conta salários e patrocínios. Mas a riqueza cai, e muito, quando comparamos a dedicação aos treinos, a força de vontade, o orgulho de vestir uma camisa de um clube, o compromisso assumido.
Não estou generalizando, mas não faltam exemplos, infelizmente, de postura amadora, exatamente naqueles que se dizem profissionais, enquanto os olímpicos seguem regras rígidas e as cumprem, pois sabem como é importante manter os apoios que têm. Vocês lembram de algum jogador de futebol que, mesmo recebendo pelo uso da imagem, vai a uma entrevista de TV usando a camisa do clube ou do patrocinador? Pois é. São exceções.
Mas hoje será dia, também, do esporte defender sua causa. Uma lei de incentivo fiscal está colocando os esportistas contra os artistas. A cultura está se sentindo ameaçada de perder recursos por uma nova lei que será publicada, dando 100% de isenção de determinados impostos, enquanto alguns projetos culturais são beneficiados com apenas 60%.
Será que é tão difícil se chegar a um acordo? Que tal ampliar para 100% o benefício a todos os projetos. Que tal aumentar, também, a gama de empresas que podem investir, num ou noutro? Menos de duas mil empresas, no Brasil, têm direito a aproveitar a lei em vigor.
Num dos principais cenários da cultura nacional, o Teatro Municipal, o esporte vai fazer sua grande festa. Que sirva de motivação e de primeiro grande passo para um entendimento ou para que nossas autoridades cheguem a um meio-termo. Sem a tragédia do teatro e com a consagração do esporte.
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