Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

O touro Bandido

A vitória da Itália na final da Copa deve servir como lição para nós todos, brasileiros. Cantamos de galo, dizendo-nos os melhores do mundo pelo fato de sermos cinco vezes campeões. Nesse raciocínio, então, a Itália, agora quatro vezes campeã, tem o segundo melhor futebol do planeta.

Esse papo de melhor do mundo não se aplica mais. Da mesma forma que os italianos e uruguaios ganharam duas vezes, lá no começo da história das Copas, nós, brasileiros, ganhamos três, de 58 a 70, num período que coincidiu com a presença de verdadeiros monstros, como Pelé, Garrincha, Didi e Nilton Santos, entre outros. Ali, sim, fomos os melhores. Depois, estamos todos iguais.

Mas alguns técnicos e jogadores, assim como boa parte da imprensa, insiste na teoria de que ainda somos os melhores. Vamos cair na real. Podemos até ser o país do futebol, formador e revelador de grandes jogadores e alguns poucos craques de verdade. Temos os melhores do futebol espanhol, italiano, francês, mas cada um em seu time, desempenhando funções específicas que, quando eles, jogadores, chegam à seleção, acabam sendo esquecidas, e os tais melhores têm de se submeter a táticas e esquemas aos quais não estão adaptados.

De 70 para cá, o Brasil ganhou duas Copas, da mesma forma que a Alemanha, a Itália e a Argentina. Estamos todos empatados, portanto. Por que somos os melhores do mundo? Há 36 anos dividimos essa hegemonia. Se pensarmos bem, nós, brasileiros, nos deixamos envolver pela maneira de jogar dos outros. Retrocedemos, utilizamos esquemas deles, europeus, valorizamos a força física, a tática, abrindo mão daquilo que só nós temos: a habilidade, a criatividade, a alegria.

No Brasil, vemos times com dois, três cabeças-de-área. Na Seleção do Parreira e do Zagallo também. Quando ele pensou em ganhar, o que fez? Colocou Juninho Pernambucano e adiantou Ronaldinho Gaúcho. Fácil, não é? Então por que não jogou sempre assim? Por que, nos nossos times, vemos isso também acontecer a todo instante? Na hora do sufoco, de ter de ganhar, esses técnicos rapidamente tiram o outro cabeça-de-área, que tem por função exclusiva marcar, e investem no ataque.

Está na hora de repensarmos o que é feito no nosso futebol. Chega de nos auto-proclamarmos os melhores. Até porque, para o mundo, melhor é o Zidane, o Touro Bandido da final da Copa.




Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 12/07/2006 - 11:45 e atualizado em 12/07/2006 - 11:45

Últimas

O que vem por aí