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Punições

Dois casos muitos distintos, de transgressão à regra, ocorreram na semana que passou: um de invasão de campo e agressões e outro de doping. Em ambos os casos, a lei se apresentou como clara, mas como elas existem para serem entendidas e analisadas, não custa polemizar e discutir o assunto.

O primeiro caso foi do Coritiba, que nada fez e viu seu estádio ser depredado pela torcida, o campo de jogo ser invadido e muitas outras coisas graves acontecerem incluindo agressões a policiais e a membros da comitiva do Fluminense. E o que o clube tem a ver com isso? Sinceramente, acho que nada. Qual o vínculo daqueles vândalos com o clube? Quantos policiais seriam necessários para conter a fúria que tomou conta daqueles ditos torcedores? E será que se o Coritiba tivesse pedido mil policiais para evitar a desordem, teria sido atendido pela PM?

O fato é que o clube, já punido pelo prejuízo em sua imagem e em seu patrimônio, agora corre o risco de jogar toda a Série B fora de casa, com a perda de, no mínimo, dez mandos de campo. E os jogadores e o técnico, que nada têm a ver com toda a confusão? Podem até ser outros, que nem estavam no clube naquele jogo. Talvez não fosse mais indicada uma multa, em dinheiro, e jogar com os portões fechados, sem a presença da torcida, essa sim responsável por tudo?

O segundo caso ocorreu no Botafogo. Aliás, dois anos após o caso Dodô. Agora com Jobson, que, ao que parece, teria consumido cocaína e foi flagrado em um exame antidoping ainda há a necessidade de uma contraprova. Mas independentemente dela: o clube não é responsável pelo fato, pois a legislação entende que o atleta responde, isoladamente, pelo que consome.

Não vem ao caso se a cocaína ajuda ou atrapalha o rendimento do jogador, mas o fato é que ele não poderia ter jogado contra o Palmeiras e ajudou, de forma decisiva, o Botafogo a fugir do rebaixamento. E ainda tirou o Verdão da Libertadores. Não custa lembrar que, no atletismo e na natação, se um atleta estiver dopado numa prova de revezamento, todos os demais pagam o preço e têm de devolver alguma medalha conquistada.

Afinal, o atleta é ou não é do clube? Ele não tem contrato, responsabilidades, papéis a cumprir? Não existem um médico que acompanha os jogadores, um gerente de futebol, um treinador? Diz a lei, ainda, que se dois aparecerem dopados, aí sim o clube é indiciado. Ou seja: um pode. É como homicida, que por ser primário nem preso vai na maioria das vezes. Só se matar o segundo o criminoso acaba na cadeia.

São casos a serem pensados. Longe de mim querer mudar as leis do futebol, mas entendo que vale a pena pensar e discutir as devidas responsabilidades em cada uma dessas histórias.




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Criado em 13/12/2009 - 14:14 e atualizado em 13/12/2009 - 14:14

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