E aqui estamos nós, a três jogos da final da Copa da Alemanha. Oito seleções, sendo seis campeãs e cabeças-de-chave, o que dá a impressão de que este Mundial é de alto nível técnico. Mas, infelizmente, acontece exatamente o contrário. A Copa do Mundo de 2006 entra para a lista das piores da história, a exemplo do que já vimos em 90 e 94.
Pense com frieza: qual foi o grande jogo dessa Copa até agora? A goleada da Argentina sobre Sérvia e Montenegro? Ou a vitória de Portugal sobre a Holanda? Que equipe já convenceu? Você, hoje, apontaria um favorito ao título?
Com certeza, não. Nem mesmo o nosso Brasil, que venceu Gana por 3 a 0, emplacou. Cadê Ronaldinho Gaúcho? Essa não seria a Copa dele? E não me venham depois dizer que ele foi decisivo nas partidas finais. Craque tem de ser importante desde o começo da Copa, e olha que já andamos precisando dele nas partidas passadas.
É evidente que nosso nível de exigência é mais alto que o dos demais. Alemães, argentinos, portugueses, ingleses, italianos, franceses e ucranianos estão supersatisfeitos. Mas nós ainda não. Até porque não só somos cinco vezes campeões do mundo, como nossos jogadores chegaram à Alemanha endeusados.
Mas não vou terminar sem citar um personagem de destaque nessa Copa. Que, por sinal, é brasileiro. Luiz Felipe Scolari mostra, a cada jogo, que é um grande campeão. Soma 11 vitórias seguidas em Copas do Mundo, mesma marca da Seleção Brasileira, mas a dele reúne quatro jogos com o time português. Enquanto Parreira estraga a nossa seleção, mesmo reunindo craques e jogadores de alto nível, Felipão alegra o torcedor português, colocando um time de um ou dois craques e muitos outros de alta para média qualidade. A diferença é que eles querem ganhar; eles têm esquema tático; eles formam um time de verdade.
É bem provável que nossos caminhos se cruzem. Eu não arrisco palpite. Aliás, não arrisco em nenhum dos próximos jogos. Essa Copa, como diria Benjamin Wright, é uma caixinha de surpresas.
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