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Mídia e obesidade infantil

Programa discute o papel da imprensa na conscientização de uma boa

Observatório da Imprensa

No AR em 25/07/2012 - 01:00

Pauta

Editorial

Dos Telespectadores

Assista na Íntegra

 

Pauta:

O Observatório da Imprensa da próxima terça-feira vai debater o papel da mídia na conscientização da necessidade de uma boa alimentação, principalmente entre as crianças.

Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar realizada entre 2008 e 2009 pelo IBGE, uma em cada três crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos está com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde.

Especialistas em nutrição infantil afirmam que a obesidade infantil pode comprometer o crescimento da criança e pode causar problemas na coluna e nos joelhos. Além das complicações ortopédicas, o lado emocional das crianças também pode ser afetado, como depressão, baixa confiança e bullying. E para piorar, o tratamento de crianças acima do peso é bastante delicado pois o uso inadequado de medicamentos pode comprometer o crescimento.

Apesar disso, a presidente do 16º Congresso Mundial de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Glaucia Pastore, mandou que fosse cancelado um debate sobre o papel da imprensa em relação à obesidade infantil, argumentando que tal discussão poderia causar inconveniente com potenciais patrocinadores do evento.

Será que não cabe à mídia, que veicula as propagandas da indústria alimentícia, também defender a população? Não seria importante alertar para o problema da má alimentação, principalmente entre as crianças? Ou será que as cifras do mercado publicitário vão falar mais alto do que uma boa prestação de serviços à sociedade?

Para debater estas questões, Alberto Dines recebe no estúdio o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão;  o engenheiro de alimentos Luiz Eduardo de Carvalho, prof. da UFRJ e ex-presidente da Sociedade Bras. de Ciência e Tecnologia de Alimentos; e a advogada Ekaterine Karageorgiardis, do Instituto Alana. O programa ainda ouviu a opinião de Kátia Cardoso, pres. do Conselho Regional de Nutricionistas (RJ/ES); do promotor público de SP João Lopes Guimarães Jr; e do publicitário Armando Strozenberg.

 

Editorial:

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Quando o Estado defende o bem-estar e a saúde do cidadão, isso significa que o Estado está tutelando a sociedade? Será que os ideólogos do mercado não conseguem distinguir a diferença entre defender e tutelar?

A questão ganha evidência e relevância à medida em que as autoridades, sobretudo as autoridades sanitárias, começam a coibir situações abusivas. A grita começou quando a Anvisa proibiu a participação de celebridades em anúncios e comerciais vendendo remédios. Os "mercadistas" chiaram alegando que a proibição era um atentado à liberdade de expressão. Atentado ao interesse público é ganhar dinheiro incentivando a auto-medicação.

Em maio passado, o governo decidiu que supermercados e lojas de conveniência não poderão mais vender medicamentos sem prescrição como acontecia até então. A indústria farmacêutica e os supermercados protestaram, a mídia deu-lhes cobertura. As farmácias e entidades de defesa do cidadão apoiaram a proibição.

Na semana passada, foi a vez da Anatel intervir no mercado de telefonia móvel diante da avalanche de reclamações do cidadão-consumidor. A mídia fez cara feia novamente, esquecida de que também é responsável por anunciar produtos e serviços sem investigar a capacidade das empresas em atender as promessas da publicidade.

Hoje, este Observatório da Imprensa enfrenta mais um assunto tabu: a maciça propaganda de produtos alimentícios dirigida ao público infanto-juvenil. A obesidade infantil é um problema seríssimo em todo o mundo desenvolvido mas o tema foi embargado no Congresso Mundial sobre tecnologia de alimentos que se realizará em agosto em Foz do Iguaçu. Razão do embargo: a discussão científica sobre obesidade infantil vai prejudicar os apoios que a indústria de alimentos costuma oferecer para a realização de congressos.

O que nos leva à questão final: quem está tutelando a cidadania - o estado ou os interesses comerciais?

 

Dos Telespectadores:

E-mails:

Mauricio Cabral
Não seria o caso, a exemplo das propagandas de cigarros, que as respectivas embalagens ressaltassem que o consumo de certos alimentos poderia trazer malefícios à saúde?

Henrique de Castro, Fortaleza / CE
Boa noite, as escolas públicas, em todas as esferas, não poderiam criar uma disciplina sobre consciência, cidadania, algo que oriente permanentemente as crianças? A propaganda faz isso todo dia muitas vezes por dia em vários 30 ou 15 segundos.

Cristina Carneiro, São Paulo
Caros, considerando que quando se trata de venenos em alimentos (conservantes, aditivos etc) nós consumidores sofremos com o lobby violento das multinacionais e nos envenenamos dia a dia, que esperança resta quando falamos de açúcar, gordura e sal?

Vanessa Soares, Rio de Janeiro
Boa noite, parabéns para o programa que debate assuntos importantes e de utilidade pública. Acredito que o consumo de produtos industrializados além de ser prejudicial à saúde, compromete o bolso dos cidadãos. As crianças são vítimas pois são seduzidas pelos apelos sensoriais das propagandas. Pergunta: Como os pais que são os responsáveis pela alimentação de seus filhos podem se blindar contra a mídia que promove os alimentos industrializados pouco saudáveis?

Telefonemas:

Marco Aurélio, Rio das Flores / RJ
É hora do governo implementar campanhas sérias a esse respeito.

Luiz Carlos Ferreira, Jundiaí / SP
As indústrias de chocolate, em suas propagandas, induzem as crianças a comerem mais chocolate e assim viciarem-se nesse alimento?

Renan Rebelo, São Gonçalo / RJ
Não falta mais marketing para produtos nutritivos para que deixem de ser considerados “chatos”?

Ana Shelley, Saquarema / RJ
Por que não existem aulas dedicadas à alimentação saudável nas escolas públicas?

Marinaldo Oliveira, João Pessoa / PB
Não acho certo as escolas oferecem alimentos gordurosos e pouco saudáveis como biscoitos e salgados. Os pais também deveriam orientar as crianças quanto ao que comem fora de casa.

Acácio Rodrigues, Arneiroz / CE
Qual a melhor maneira de fazer com que as crianças se interessem por uma alimentação saudável?

Kleber Vital, Recife / PE
Além das patologias já conhecidas, a OMS debate as consequências patológicas?

Marcelo Rocha, Petrópolis / RJ
Será que o governo poderia apresentar um programa de alimentação nas escolas municipais e estaduais com um especialista como a Regiane, apresentadora do programa “Alimente-se Bem”, fazendo uma dieta nutricionalmente saudável?

Luís Henrique, Recife / PE
Como se pode implantar essa visão crítica sobre alimentação nas escolas?

Silvano Lima, Pres. Prudente / SP
Existe algum projeto de lei para amenizar essa publicidade tão abusiva?

Julio Cesar, Salvador / BA
É importante o acompanhamento de um profissional de saúde nas escolas das crianças tão influenciadas pela publicidade.

 

Assista na Íntegra:




Apresentação: Alberto Dines

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Criado em 19/07/2012 - 12:16 e atualizado em 07/08/2013 - 20:18

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