Pauta:
O Observatório da Imprensa da próxima terça-feira repercute a morte do Presidente da Venezuela Hugo Chávez, a partir da guerra midiática, marca forte de seu governo.
Durante 14 anos, Chávez governou através da mídia. Considerado um caudilho por seus detratores, perseguiu emissoras de televisão contrárias ao regime e estrangulou a saúde financeira de jornais de oposição pela falta de publicidade estatal.
Desde o golpe de 2002, em que a mídia foi acusada de colaborar com os golpistas, a imprensa da Venezuela vive polarizada. Por outro lado, Hugo Chávez, desde a posse, usa a televisão para se aproximar dos eleitores. Segundo monitoramento de Ongs e da oposição, ele já ficou mais de 3.500 horas no ar, tanto no programa “Alô Presidente” - que podia ficar no ar até seis horas seguidas - quanto em pronunciamentos em cadeias nacionais.
Ele também interferiu no mercado midiático. Se antes de Chávez os meios de comunicação eram restritos a uma TV e poucas rádios, hoje, 60% dos meios de comunicação são públicos. Para os críticos, ele criou um império midiático controlado pelo governo.
Alberto Dines e seus convidados vão debater a relação polêmica entre o governo de Chávez e a mídia, inclusive a sua influência em outros países da América Latina.
O programa conta com a participação do professor da Unilasalle, Rafael Araújo e do jornalista e escritor Renato Rovai.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Hugo Chávez tornou-se em apenas 14 anos um dos mais conhecidos líderes da cena internacional. Não era político, era militar e, como todos, só queria a confrontação. quanto mais confrontado mais se impunha.
Os adversários, principalmente na mídia, só o ajudaram, sobretudo a partir de 2002, quando uma tentativa de golpe para derrubá-lo foi engendrada numa emissora de tevê.
A estratégia da confrontação deu resultado em matéria de poder mas fraturou o país, dividiu-o em dois. Um político seria mais prudente porque uma ruptura como a que ocorre na Venezuela torna o país ingovernável.
Grande parte da mídia brasileira tratou Chávez morto como tratava Chávez vivo, foi um erro. A mídia democrática não confronta, informa, esclarece, tenta convencer.
O sucessor designado, Nicolás Maduro, também aposta na confrontação. Menos experiente, talvez não saiba como voltar atrás depois de eleito. Precisa ser ajudado.
Em 2009, este Observatório da Imprensa foi à Venezuela. O experimentado jornalista e escritor Claudio Bojunga ouviu as duas partes, e as conclusões não deixavam dúvidas: o país estava partido, quebrado.
Hoje, cinco anos depois, Chávez morto e embalsamado, nada mudou, ao contrário, piorou: Chávez tornou-se um mártir pois, segundo Maduro, teria sido consumido por um câncer inoculado por seus inimigos. A confrontação prossegue.
A Venezuela está a 3.800 quilômetros de Brasília, porém uma Venezuela fragmentada, fragmenta a América Latina, afeta o Brasil. Nossa mídia precisa curar-se do chavismo. Ou do anti-chavismo e esquecer a confrontação.
Dos Telespectadores:
E-mails:
João Paulo Granato Lopes – Engenheiro
Senhores, no início do programa, nosso brilhante Alberto Dines ressalta a divisão (ruptura) do país com referência a Chávez e ao Chavismo. Minha pergunta: Quais são as evidências desta situação de racha no país? Ao público brasileiro, parece que a situação governista é soberana e constitui maioria esmagadora perante a oposição. Quais são estas evidências de ruptura no país? Saudações.
Yuri Lobão Hollup, Niterói / RJ
Rafael, após o falecimento de Chávez, a Revolução Bolivariana perderá forças. Além de Maduro, existem outras personalidades com força para levar em frente o projeto de Chávez? Quais são os principais fatores que levam a oposição a Chávez ser tão forte assim? Como os EUA se manisfestaram em relação à sua morte?
Rodolfo Lobato, Rio de Janeiro
Quais seriam os interesses da imprensa brasileira em não informar sobre a manipulação da informação por parte da imprensa venezuelana?
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
Como assistir
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