O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Benedito Gonçalves, autorizou a inclusão da minuta golpista apreendida na casa do ex ministro da justiça Anderson Torres numa ação de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A proposta de decreto presidencial passa a fazer parte de um processo aberto pelo TSE, no ano passado, que apura a legalidade de um encontro de Bolsonaro com embaixadores. O pedido de inclusão foi feito pelo PDT. Essa reunião aconteceu em julho do ano passado e nele o ex-presidente questionou sem provas a segurança das urnas eletrônicas.
Na decisão, Benedito Gonçalves afirma que a minuta encontrada na casa de Anderson Torres pode ter relação com os fatos investigados no processo. Esse rascunho de decreto previa a instauração de um estado de defesa no TSE, com o objetivo de mudar o resultados das eleições presidenciais. O ministro do TSE deu prazo de 5 dias para a defesa de Bolsonaro se manifestar no processo, que pode terminar com inelegibilidade do ex presidente. Nas redes sociais, antes de ser preso pela Polícia Federal, Anderson Torres disse que o plano não seria colocado em prática e que o documento seria descartado. A expectativa é que a Polícia Federal tome hoje o depoimento dele.
Ontem, a Procuradoria-Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal um pacote de denúncias contra 39 pessoas consideradas executoras dos atos de vandalismo no último dia 8. Elas podem responder pelos crimes de associação criminosa armada, golpe de estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado. A PGR também solicitou a prisão preventiva dos denunciados, bloqueio de bens no valor de R$ 40 milhões de reais e medidas para impedir que deixem o país. A investigação do Ministério Público Federal segue em outros núcleos: dos instigadores e autores intelectuais; dos financiadores; e das autoridades.
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