Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Almirante Negro: MPF quer anistia para João Cândido  

Repórter Brasil Tarde

No AR em 21/03/2024 - 13:00

O Ministério Público Federal (MPF) quer o reconhecimento do marinheiro João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, em 1910, como anistiado político. A proposta foi encaminhada para o Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Para o MPF, as perseguições a João Cândido não se limitaram apenas a essa rebelião, mas se estenderam por toda a vida dele.

História 

No começo do século 20, a Marinha de Guerra ainda matinha alguns hábitos comuns à escravidão. Medidas disciplinares incluíam castigos como o chicote. Essas punições criaram as condições para uma revolta. O estopim foi o açoite de um marinheiro negro; surrado mesmo depois de desmaiar: 250 chibatadas. Naquele mesmo dia, 22 de novembro de 1910, os marujos se apossaram de parte da esquadra. E liderados por João Cândido, enviaram mensagem ao presidente da República, marechal Hermes da Fonseca. Exigiam o fim dos castigos físicos e anistia para os amotinados.

A situação criou um impasse: a Marinha queria punir os rebelados; o governo preferia negociar. O Congresso Nacional aprovou o perdão e o fim dos castigos e os marinheiros depuseram as armas. Mas alguns dias depois desse episódio, conhecido como a Revolta da Chibata, eles foram traídos: acabaram presos e castigados. Alguns morreram. 

João Cândido passou um ano na cadeia. Julgado, foi inocentado, mas expulso da Marinha.  Atordoado pela lembrança de companheiros mortos na prisão, passou uma temporada num hospício. Morreu aos 89 anos, em 1969, sem nunca receber o devido reconhecimento por parte do estado brasileiro. Nunca recebeu anistia, nem reparação pelos abusos que sofreu. João Cândido Felisberto é o nosso Almirante Negro. 

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 21/03/2024 - 18:25

Últimas

O que vem por aí