O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro explique a estadia de dois dias dentro da embaixada da Hungria. Moraes quer saber o motivo dessa estadia que ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro, conforme revelado pelo jornal The New York Times.
Isso foi quatro dias depois da Operação Hora da Verdade, em 8 de fevereiro, quando o passaporte do ex-presidente foi apreendido. Na oportunidade, a Polícia Federal cumpriu medidas judiciais contraBolsonaro e outros suspeitos de participar de uma tentativa de golpe de Estado. Quatro pessoas foram presas. A mesma polícia vai investigar agora essa hospedagem, para saber se Bolsonaro violou alguma das restrições impostas a ele pelo STF.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) entrou com pedido de prisão preventiva contra o ex-presidente junto à Procuradoria-Geral da República. Para ele, Bolsonaro busca, com a ajuda do líder de extrema direita da Hungria, Viktor Orbán, escapar da justiça brasileira. Pelas regras internacionais, o ex-presidente não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, já que não é considerada território nacional.
Ontem, o embaixador húngaro no Brasil, Miklos Halmai, foi chamado ao Itamaraty para prestar esclarecimentos. Ele foi recebido pela secretária de Europa e América do Norte, a embaixadora Maria Luísa Escorel. O encontro durou vinte minutos.
Entenda
O jornal The New York Times teve acesso às imagens das câmeras de segurança da embaixada durante o carnaval, entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano. Os vídeos mostram que Bolsonaro entrou na noite de 12, acompanhado por seguranças. Ele foi recebido pelo embaixador húngaro Miklos Halmai, que o encaminhou até a área residencial.No dia seguinte, as câmaras gravaram Bolsonaro na área externa do prédio. E também mostram o ex-presidente saindo da embaixada no dia 14.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou sobre os vídeos divulgados pelo The New York Times e a estada de Bolsonaro na embaixada da Hungria. De acordo com ele, as imagens mostram que o ex-presidente seria um fugitivo confesso.
Defesa
A defesa de Bolsonaro nega qualquer tentativa de evitar medida policial ou judicial no Brasil. Os advogados afirmaram que o presidente ficou hospedado na embaixada a convite, para manter contatos com autoridades do país amigo e que ele tem um bom relacionamento com o primeiro-ministro Húngaro, Viktor Orbán.
A produção da TV Brasil entrou em contato com a embaixada da Hungria, mas ainda não recebeu resposta.
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