Um personagem em especial chocou o país neste domingo (24). O delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro na véspera da execução de Marielle Franco. Ele esteve à frente das primeiras investigações que deveriam esclarecer o crime, mas que nunca descobriram os mandantes.
Rivaldo apresentou-se como amigo de Marielle e confortou a família dela. Mas acabou denunciado pelo assassino da vereadora, o ex-Policial Militar e pistoleiro de aluguel Ronnie Lessa, como sendo quem teria organizado o atentado. Na decisão de ontem, aparece a frase "um crime meticulosamente planejado por Rivaldo". Ontem, o delegado recebeu ordem prisão e foi levado pela Polícia Federal para Brasília.
Um dia depois dos assassinatos de Marielle e do motorista dela, Anderson Gomes, Rivaldo disse que a polícia do Rio de Janeiro tinha credibilidade e competência para esclarecer o caso. Mas durante cinco anos, as investigações nunca chegaram a uma conclusão. Enquanto o nome do conselheiro Domingos Brazão já havia sido citado no início das apurações, a suspeita contra Rivaldo Barbosa chocou a família de Marielle.
O relatório final da Polícia Federal sobre o caso apontou que Rivaldo mantinha relações com os principais milicianos e contraventores do estado do Rio de Janeiro, e que diversos homicídios relacionados a essas quadrilhas não foram investigados, entre 2016 e 2021.
Em delação premiada, o ex-PM que metralhou o carro de Marielle, conduzido pelo motorista Anderson Gomes, disse que Rivaldo Barbosa fora o mentor do atentado. Que teria sido ele quem orientou os matadores para não executarem Marielle na porta da Câmara Municipal. Que se isso acontecesse, a morte seria caracterizada como crime político. E passaria à Polícia Federal.
De acordo ainda com a delação de Ronnie Lessa, o planejamento da morte de Marielle começou em 2017. A vereadora representava um obstáculo aos interesses de Chiquinho Brazão, que na época era vereador no Rio. E de Domingos Brazão, que já atuava como Conselheiro no Tribunal de Contas do estado.
Lessa disse que as relações que a vereadora mantinha com lideranças comunitárias, contra loteamentos em áreas controladas por milícias no Rio, eram em regiões sob a influência dos irmãos Brazão e isso teria selado o destino da vereadora.
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