País que viveu mais de três séculos de escravidão, ainda não conseguiu se livrar das chagas deste horror. Para você ter uma ideia, só no ano passado, mais de 2,6 mil pessoas foram resgatadas em situação de escravidão no Brasil.
Não é a mesma situação do nosso passado histórico, mas existe uma lógica econômica e uma mentalidade no nosso país que precisa ser combatida. A Comissão Pastoral da Terra está fazendo isso.
Eles lançaram uma campanha para chamar a atenção da sociedade para o cenário do trabalho escravo no Brasil. Quem acompanhou o lançamento e tem mais informações de Brasília é o repórter Tiago Bittencourt.
Em 2023, o Brasil resgatou 2.663 trabalhadores rurais em condições análogas a escravidão em 251 estabelecimentos inspecionados. Foi o maior número em 10 anos. Os três estados com maior registro de casos foram Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
As principais atividades em que ocorreram os resgates são de cultivo da cana-de-açúcar, seguida pelas lavouras permanentes, como café e uva. Estes dados foram divulgados no Relatório Anual Conflitos no Campo, da Comissão Pastoral da Terra, entidade ligada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A entidade diz, porém, que existem muitos outros casos sem registros. O número de conflitos no campo também bateu recorde no ano passado.
O número de conflitos no campo bateu recorde no país no ano passado. Os dados são do Relatório Anual da Comissão Pastoral da Terra. O Brasil registrou, em 2023, 2.203 conflitos no campo que afetaram a vida de mais de 950 mil pessoas.
Houve uma alta na comparação com o ano anterior. A área em disputa, no entanto, foi reduzida em quase 27%. As regiões com o maior número de conflitos foram a região Norte, com 810 ocorrências, seguida pela Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Segundo o relatório, a terra foi o centro das disputas: mais de 78% dos conflitos tiveram essa motivação. Também foram registradas disputas por água e trabalho escravo. Dos episódios, mais de 1,5 mil estão ligados à violência contra a ocupação e a posse de terra.
Quase 75 mil famílias foram afetadas por esse tipo de agressão. O segundo tipo de violência registrado foi a pistolagem, que atingiu mais de 36 mil famílias.
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