Uma nova variante do vírus que provoca a febre oropuche pode estar relacionada ao agravamento de casos da doença no Brasil. O alerta principal, no momento, é para as grávidas, já que seis casos de transmissão vertical, ou seja, da gestante para o bebê, estão em investigação.
Esses casos foram registrados em Pernambuco, na Bahia e no Acre. Em dois deles houve morte fetal. Foi registrado um aborto espontâneo e três casos de anomalias congênitas, como a microcefalia. Testes identificaram a presença do vírus e de anticorpos em amostras dos fetos e bebês, o que indica uma possível relação entre a doença, perdas gestacionais e má formação.
Um estudo publicado na revista científica Lancet reforça a hipótese da circulação de uma variante do vírus no Brasil. Ele foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco; o Instituto Evandro Chagas, do Pará; e a Universidade de Glasgow, no Reino Unido. A pesquisa sugere que a variante que está em circulação no país sofreu mutações no material genético.
O vírus que causa a febre oropouche foi identificado na década de 1950, no Peru, e desde então vem circulando pela América Central e América do Sul. Em média, três mil novos casos são registrados todos os anos na região amazônica do Brasil. Os principais sintomas da doença são febre, dores de cabeça, nos músculos e nas articulações. O período de incubação é de quatro a oito dias.
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