A população negra é a mais atingida pelas mortes atribuídas ao uso de álcool no Brasil. Esse é um dos destaques da pesquisa "Álcool e a Saúde dos Brasileiros", lançada nesta sexta-feira (30) pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool.
O impacto do consumo nocivo de álcool é desigual para brancos, pretos e pardos. A população negra é a que mais sofre, especialmente as mulheres. Em 2022, o maior número de mortes totalmente atribuíveis ao uso de álcool foi de pessoas pretas e pardas.
Foram cerca de 10 mortes por 100 mil habitantes, 30% a mais do que a de pessoas brancas, 8 mortes, em média. Entre as mulheres pretas, foram 2 mortes, e entre as mulheres pardas, 3 mortes. Já entre brancas, cerca de 1 morte. O levantamento mostra ainda que 72% dos óbitos por transtornos mentais e comportamentais por uso de álcool é de mulheres pretas e pardas.
Essa grande diferença é consequência da desigualdade racial no país. As pessoas negras estão historicamente em situação de maior vulnerabilidade social por causa do racismo e da pobreza, o que pode contribuir para comportamentos de risco e dificulta o acesso a serviços de saúde para tratar transtornos por causa do álcool.
A pesquisa traz outros destaques. De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, comparando os dados de 2022 com os verificados em 2010, houve queda nas mortes atribuíveis ao álcool nas faixas etárias de zero a 17 anos. E mais acentuada na faixa etária de 18 a 34 anos. Já entre as pessoas com 55 anos ou mais, o aumento foi de mais de dez pontos percentuais.
Segundo a pesquisa, entre os mais jovens, essas mortes estão associadas a comportamentos de risco, como acidentes de trânsito e violência, enquanto as pessoas mais velhas são mais impactadas por doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares.
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