Por tradição, coube ao presidente brasileiro fazer o discurso de abertura da Assembleia Gera da Organização das Nações Unidas. Em um discurso de cerca de 20 minutos, Lula falou sobre mudanças climáticas, conflitos no mundo e o combate à fome.
Promoção da Paz
“Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencial de se tornarem um conflito generalizado. Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra se estender sem perspectiva de paz. O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar.
Em Gaza e na Cisjordânia assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou com uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou-se uma punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o fim do conflito”.
Combate à fome
“A fome não é resultado apenas de fatores externos. Ela decorre sobretudo de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficiente. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos. Esse é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemos em 2014. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos no Rio de Janeiro em novembro, nasce dessa vontade política e desse espírito de solidariedade. Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira do G20 e está aberta a todos os países do mundo”.
Reforma da governança global
“Prestes a completar 80 anos, a Carta das Nações Unidas nunca passou por uma reforma profunda. Apenas quatro emendas foram aprovadas, todas elas entre 1965 e 1973. A versão atual da Carta não trata de alguns dos desafios mais prementes da humanidade. Inexiste equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções, e o cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher”.
Entrevista
Para nos ajudar a entender quais os recados estão presentes nesse discurso do presidente Lula, o Repórter Brasil Tarde recebe Mayra Goulart, professora de ciência política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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