Menos de 1% do valor das chamadas emendas "Pix", cadastradas na Lei Orçamentária Anual, identifica o destino e a razão dos recursos. Os dados são da ONG Transparência Brasil.
Essas emendas, que fazem parte das individuais, foram criadas de maneira emergencial em 2019, durante a pandemia, para socorrer estados e municípios. Pela facilidade no repasse, elas são chamadas de "Pix" ou transferência especial.
A ideia era agilizar a chegada do dinheiro público até o caixa das prefeituras, a pedido de deputados e senadores, mas sem exigir burocracias, como o projeto ou licitação.
Mas o que era para ser emergencial se tornou permanente, por isso até hoje não dá para saber de forma detalhada como o recurso foi usado.
O dinheiro é esperado pela população, mas ele chega para as cidades sem muita transparência. É que apesar de já estar na previsão de gastos do governo para 2024, os parlamentares não precisam dar detalhes sobre qual prefeitura vai receber nem como o recurso será aplicado, em obras de escolas, hospitais e eventos, por exemplo.
Do total de R$ 8,2 bilhões, menos de 1% pode ser rastreado. Para chegar nesse número, 941 emendas "Pix" foram analisadas, mas dessas apenas 61 permitem identificar minimamente a destinação.
Dos 537 deputados e senadores que indicaram essa transferência especial, 345 não apresentaram qualquer informação.
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