Este episódio de Resistir é Preciso destaca que a imprensa alternativa foi muito importante no exílio. Fugindo da violência da ditadura, armada com o AI-5, 10 mil brasileiros se refugiaram em outros nações. Surgem folhetos, jornais, revistas na Suécia, Chile, Dinamarca, Uruguai, Alemanha, Argentina, Argélia, México, Itália e França, entre outros países.
Em 1970, na França, nasce a revista "Debate". No Chile, durante o governo de Salvador Allende, surgem vários periódicos como "Cartas chilenas", "Palmares", "Temas e debates", "Campanha", "Unidade e luta", "Correio Sindical".
Com a queda de Allende, os brasileiros correm para as embaixadas de outros países. José Mario Rabêlo fala do sufoco que foi a vida nas embaixadas e a luta para conseguir asilo. Ainda mais para ele que estava com a mulher e seis filhos.
No Chile, os militantes não podiam mais ficar e manter suas publicações. Mas a imprensa no exílio se espalhou para o Peru, Costa Rica e Canadá. Na Argentina, os brasileiros lançaram o “Correo del Brasil”. Já nos Estados Unidos, os novos títulos da imprensa alternativa foram "Order and Progress", em Boston e "Brazilian Information Bulletin", em Berkely, na Califórnia.
Na Argélia, sob a direção de Miguel Arrais, o jornal "FBI" foi uma publicação que correu mundo. Enquanto isso, na Itália aconteceu o Tribunal Internacional Bertrand Russel que denunciou os crimes da ditadura brasileira. Ali circularam muitos cartazes e folhetos. Os exilados prensavam discos de musica brasileira, que faziam sucesso.
Na França, com liberdade e apoio, os exilados criaram a revista “Brasil Socialista” que era reimpressa em território nacional. Os militantes do PC do B foram para a Albânia onde trabalhavam na Rádio Tirana fazendo uma programação dedicada ao Brasil.
Os militantes exilados faziam tudo para denunciar a ditadura e para matar a saudade da terra natal, o Brasil. A volta para casa foi emocionante.
Direção: Ricardo Carvalho
Produção: Pablo Torrecillas e Rodrigo Castellar
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