O Estúdio Móvel trata da relação entre a cultura afro-brasileira e o audiovisual nacional. Uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mostra que apenas 2% dos filmes nacionais são protagonizados por pessoas negras. Nenhuma mulher negra dirigiu ou roteirizou os 218 filmes nacionais de maior bilheteria entre 2002 e 2012. Para reverter esse quadro de desigualdade no mercado audiovisual, existem projetos que vem chamando atenção, como o Afroflix.
Liliane Reis recebe a cineasta Yasmin Thayná, idealizadora do projeto. Diferente do Netflix, o Afroflix é gratuito, colaborativo e somente entram filmes que possuem pelo menos uma área de atuação técnica/artística assinada por uma pessoa negra. Yasmin diz que a ideia não é apenas para negros, mas pondera que o principal critério para que o filme seja incluído na curadoria do site é a criação de novas narrativas. Que desconstruam a narrativa clássica do papel do negro na sociedade.
Já em Salvador, a produtora Estandarte reuniu uma talentosa equipe pra produzir o curta de animação Órun Àiyé, feito em stop motion, e que narra o mito da criação do universo do ponto de vista da religiosidade afro-brasileira. De acordo com as diretoras Jamile Coelho e Cintia Maria, a animação serve também como um instrumento de educação, combate ao racismo e à intolerância religiosa em meio às crianças e jovens. Os dois projetos que permeiam o audiovisual tem como objetivo a produção com foco num protagonismo negro e na desconstrução dos estereótipos.
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