Liliane Reis recebe artistas que invertem a lógica do personagem negro como exceção. Nos dois projetos, a influência africana, gênese da cultura brasileira, é pulsante. Liliane Reis conversa com o autor e ilustrador da animação Nana e Nilo, Renato Nogueira e o Sandro Lopes.
“Nana e Nilo são duas crianças brasileiras que tem curiosidade de conhecer o mundo (...) Eles vão conhecendo vários lugares distintos, vão para o continente africano conhecer as culturas africanas e indígenas, vão pelo Brasil conhecer o Frevo e o Carimbó, conhecer brincadeiras cooperativas” explica Renato, autor da animação. Na animação eles investem em brincadeiras cooperativas, um tipo de competição, mas colaborativa. Segundo Renato, é um conceito africano antigo, dos povos Bátua, apresentando para criança uma nova perspectiva.
“As crianças veem muitos produtos vindo de fora (do Brasil) e acaba não se reconhecendo, a parte da cultura fica de fora dessas apresentações audiovisuais, então a proposta do Nana e Nilo, para além dos livros é disputar esse espaço de representação, nesse espeço imaginário das crianças”, completa Sandro Lopes.
Na conexão, o fotógrafo italiano Antonello Veneri. Morando no Brasil desde 2011 e autor de varias reportagens para o jornal “La Repubblica”, documenta através das fotos o que está acontecendo no Brasil. Além disso, a sua fotografia captou a forte influência da religiosidade no cotidiano de Salvador. Ele optou por fotografar pessoas que traziam traços característicos de determinadas divindades africanas. O resultado é o ensaio Orixás. Antonello diz não se interessar pelo Brasil folclórico “na minha fotografia, sempre foquei nesse Brasil que a mídia, especialmente a mídia comercial não mostra, se ninguém fotografa ou fala dessa periferia que é a maioria no Brasil, o que é maioria se torna minoria”, comenta Veneri.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
