A colônia formada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, é o marco da imigração germânica no país. A data de 25 de julho de 1824 marca um projeto de colonização, incentivado por Dom Pedro I, então imperador do Brasil. Apesar de haver descendentes alemães em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a região Sul do país foi a que mais atraiu esses imigrantes, com o objetivo de sedimentar a posse e a manutenção do território por meio do povoamento.
O este episódio que comemora os 200 anos dessa imigração traz entrevistas com historiadores e descendentes que, com seus depoimentos, tecem os fios da influência alemã no sul do Brasil. O historiador Rodrigo Santos afirma que “o Rio Grande do Sul foi um terreno muito fértil para um processo de industrialização fora do eixo São Paulo – Rio de Janeiro – Minas Gerais”.
Os alemães que chegavam ao Brasil, traziam com eles seus costumes, religião, culinária, cultura e ofícios. Ainda hoje pode-se observar essa influência nos ramos da indústria de sapatos, de cervejas, de chocolates e têxteis, entre outros.
O programa dessa semana traz relatos como o de Caio de Santi, empresário do ramo da cerveja, que viu o seu estabelecimento ser inundado nas enchentes que abalaram o Rio Grande do Sul este ano. Pouco a pouco, os consumidores vão voltando ao estabelecimento e, com eles, a esperança de reconstrução.
Outra história de superação é a do casal Clarice e Roberto Rohr, que acabaram por abandonar o antigo ofício da família, de produção de leite, para investir na fabricação de chás e outros produtos orgânicos, como biscoitos e geleias.
A força da cultura alemã também se mostra nos diversos grupos de danças folclóricas espalhados pela região. Sociedades, grupos e escolas mantém o folclore alemão vivo, com suas danças, bandinhas e roupas típicas. Em São Leopoldo, por exemplo, Aline Metz e Claudete Regina Feldmann, têm um ateliê especializado na produção de trajes. A produção das vestimentas é intensa. “Essa atividade gera muito comércio, muita gente quer fazer parte da festa”, explica Metz.
A cidade de São Leopoldo abriga ainda o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVSL), instituição que tem o maior acervo de peças e documentos dessa presença alemã de 200 anos no Brasil. Desde a bíblia em alemão gótico, livro de 1765, trazido pelos imigrantes, até milhares de peças que passaram pelas mãos de descendentes. O museu é mantido pela comunidade e conta com voluntários e funcionários que preservaram o acervo durante as enchentes e o devolveram após a o desastre.
Ingrid Marxen, que tem ascendência alemã tanto por parte de pai quanto de mãe, relembra que nem todos os alemães que vieram para o Brasil chegaram em 1824. Seu pai, por exemplo, veio pouco antes da Segunda Guerra Mundial e estabeleceu-se definitivamente no Brasil. Ingrid, além de participar de um grupo de danças folclóricas típicas, ainda é diretora de relações institucionais do MHVSL.
“Eu diria que, para nós, é uma questão de responsabilidade, porque as pessoas que trazem as suas lembranças e que doam para o museu, elas têm certeza de que aqui essa memória vai ser respeitada. Essas memórias vivas de qualquer pessoa que vai lembrar da sua avó, da sua mãe ou do seu filho quando era pequeno, isso alimenta a alma”, afirma Ingrid.
“Imigração Alemã – 200 anos” é uma produção da TVE/RS.
Ficha técnica
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editora-chefe - Daniela Bonamigo
reportagem - Simone Felts
videografismo e design - Patrícia Flesch e Vagner Karan
produção - Rochele Zago Corrêa
curadoria trilha sonora - Marta Schmitt
conteúdos digitais - Newton Silva
edição em pós-produção - Lúcio Born
arquivo e pesquisa - Alexandre Leboutte, Maurício Ramos, Vera Xavier e Yuri Victorino Inácio da Silva
coord. de engenharia e ti - Simon Pitta
coord. operações - André Armani
coord. de programação - Hilda Haubert
diretor-geral - Caio Klein
Equipe TV Brasil
edição de texto - Marieta Cazarré
finalização - Márcio Stuckert
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